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VarigLog tenta adequar proposta a pedido da Deloitte

As modificações visam a adaptar a proposta da Varig Log ao Plano de Recuperação Judicial, aprovado em assembléia de credores em dezembro

Por Agencia Estado
Atualização:

A VarigLog entregará na quarta-feira ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro uma nova proposta de aquisição da Varig, com pelo menos parte das modificações solicitadas pela consultoria Deloitte. As modificações visam a adaptar a proposta da Varig Log ao Plano de Recuperação Judicial, aprovado em assembléia de credores em dezembro. Com isso, tenta-se evitar que a proposta tenha de passar pelo crivo de uma nova assembléia de credores. Além de retardar o processo, pois a assembléia precisa ser convocada com antecedência, a apreciação da proposta pelos credores aumentaria os riscos de o negócio dar para trás. Isso porque a associação Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) - que, por meio da NV Participações, fez uma oferta pela empresa aérea no leilão judicial mas não conseguiu apresentar o dinheiro para honrar a proposta - tem mandato para representar os trabalhadores na assembléia e poderia votar contra. Entre as modificações que foram solicitadas pela Deloitte está a inclusão de instrumentos que garantam a continuidade da Varig velha, rebatizada de Varig Relacionamento, que não seria adquirida pela Varig Log. A Varig Log fez uma oferta de cerca de US$ 500 milhões pela Varig Operações, que inclui as linhas domésticas e internacionais, enquanto a Varig velha herdarias as dívidas, os trabalhadores e ficaria responsável pela emissão de passagens, entre outros serviços. "Será feito o que for possível para se chegar a uma solução que não venha a ser contestada depois", diz uma fonte na ex-subsidiária de cargas da Varig. Caso não haja necessidade de convocação de assembléia de credores, o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo caso Varig, poderá convocar um novo leilão. Nesse caso, seria estabelecido um prazo para o surgimento de uma nova proposta por um preço melhor. Se isso acontecer, a VarigLog terá a oportunidade de cobrir a oferta ou desistir do negócio. Processo semelhante foi estabelecido no ano passado, com a venda da VarigLog e da VEM. Leasing Além de trabalhar nas modificações do plano, a Varig Log reuniu-se hoje com empresas de aluguéis de aeronaves. A Varig Log negocia primeiramente com os arrendadores cujos aviões já se encontram parados por decisão judicial, sob ameaça de arresto, como é o caso da ILFC, GATX e Boeing. Além de tentar reincorporar à frota o mais rapidamente possível parte dos cerca de 20 aviões parados, a Varig Log quer evitar o endurecimento da postura das empresas de leasing na audiência prevista para hoje com o juiz Robert Drain, da Corte de Falências de Nova York. No entanto, segundo fontes ligadas às empresas de leasing, pelo menos uma, a ILFC, estaria decidida a não fornecer mais aviões para a Varig. Cortes Enquanto a Varig Log já admitiu cerca de 300 funcionários desde que foi comprada pela Volo, na Varig os sindicatos temem quase 3 mil cortes com a concretização da proposta da Varig Log. "Estamos dispostos a discutir a proposta por ser a única com condições de salvar a Varig", afirmou a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Graziella Baggio. "Mas precisamos esclarecer muita coisa ainda. Quem irá arcar com as rescisões? A empresa nasce sem funcionários e terá de contratar boa parte dos quadros da Varig antiga."

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