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Vasp entra com pedido de recuperação judicial

Por Agencia Estado
Atualização:

A comissão de intervenção da Vasp, com o aval da Justiça e do Ministério Público do Trabalho, entrou ao final desta manhã em São Paulo com pedido de recuperação judicial, dentro da Lei de Recuperação de Empresas, a nova Lei de Falências. Segundo o interventor interino Reginaldo Alves de Sousa, não havia outra alternativa se não recorrer à recuperação judicial. "Estávamos sem saída diante dos inúmeros pedidos de falência e da falta de dinheiro para investir na área de manutenção para que a empresa possa voltar a prestar serviços. "Hoje temos R$ 10 mil na conta. Se alguém pedir a nossa falência, a gente quebra", completou o assessor jurídico da comissão Pedro Morel. Com a medida ficam suspensos todos os mais de 50 pedidos de falência contra a empresa que tramitam nos tribunais. A Justiça deve decidir se defere ou não o pedido de recuperação na semana que vem. A decisão de apelar para a Lei de Recuperação de Empresas foi tomada esta manhã, em Assembléia com cerca de cem funcionários, que assinaram um manifesto de apoio. O deputado federal gaúcho Osvaldo Biolchi, relator da nova lei, fez uma apresentação sobre seus principais pontos durante a assembléia, ocorrida na sede da empresa, no aeroporto de Congonhas. Após o deferimento do pedido, a empresa terá 60 dias para apresentar um plano de recuperação e outros 4 meses para aprová-lo junto aos credores. Só à União, a empresa deve mais de R$ 2 bilhões. A recuperação judicial blinda a empresa dos pedidos de falência e permite uma trégua de 6 meses no pagamento de dívidas passadas. Bens penhorados e créditos que a empresa possui e que estão depositados em juízo também ficam liberados. Afastamento de Wagner Canhedo Na ação de recuperação judicial, os advogados Luiz Gonzaga Proença Junior e Rubens Salles de Carvalho, entre outros sócios, pedem o afastamento do empresário Wagner Canhedo e sua família do controle da companhia. O texto pede ainda a prisão de Canhedo caso a apuração das denúncias de furto de bens e dilapidação do patrimônio da Vasp apontem o seu envolvimento. "Há indícios fortes de desvios de bens por parte dos Canhedo", afirmou Proença Junior. Há duas semanas, uma turbina e outros equipamentos aeronáuticos foram encontrados escondidos em uma concessionária de caminhões em São Bernardo do Campo. O dono da concessionária foi preso em flagrante. A Vasp não voa desde janeiro e está sob intervenção da Justiça do Trabalho desde março, quando os bens do empresário ficaram indisponíveis. No mês passado, a Justiça determinou ainda a penhora dos bens do grupo econômico Canhedo, no valor de R$ 75 milhões, para pagar dívidas trabalhistas. A Vasp é a segunda companhia aérea a se beneficiar da Nova Lei de Falências, que entrou em vigor no dia 9 de junho. No dia 17 de junho, a Varig, cuja dívida é estimada em R$ 9 bilhões, também entrou com pedido de recuperação judicial.

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