PUBLICIDADE

Publicidade

Vazquez evita participar de reunião da UE com o Mercosul

O encontro de Viena poderia possibilitar um novo acordo de liberalização comercial entre os blocos, aproveitando a presença de autoridades

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar de ter sua presença confirmada na Cimeira União Européia-América Latina-Caribe, que será iniciada nesta quinta-feira em Viena, a capital austríaca, o presidente do Uruguai, Tabaré Vazquez, não participará no sábado de uma reunião paralela entre líderes europeus e do Mercosul, segundo o relato de uma graduada fonte diplomática brasileira. O objetivo do encontro é aproveitar a presença dos líderes do bloco sul-americano e de europeus para buscar um novo acordo de liberalização comercial. A decisão de Vazquez, caso não seja revertida, será inevitavelmente interpretada como mais um capítulo da profunda crise enfrentada pelo Mercosul e América do Sul. Representará também um novo constrangimento para o governo brasileiro, que sinalizava uma expectativa positiva com a reunião. Além disso, servirá para intensificar ainda mais o ceticismo e cautela dos europeus nas negociações. Vazquez já alertou que poderá abandonar o Mercosul caso os parceiros do bloco não aceitem que o Uruguai negocie um acordo comercial bilateral com os Estados Unidos. Além disso, as relações entre o Uruguai e a Argentina vivem uma crise aguda em torno da construção de uma fábrica de celulose em solo uruguaio. Incertezas Diante da atitude uruguaia, uma série de incertezas paira sobre o encontro entre o Mercosul e a UE em Viena. Fontes diplomáticas não sabiam informar se a reunião contará com a presença dos chefes de Estado ou será apenas de nível ministerial, o que permitiria a eventual participação de um representante de Montevidéu. Não está claro também se os países associados do Mercosul - Chile, Bolívia e Venezuela - também participarão do encontro como observadores. América Latina Antes mesmo do encontro ser iniciado, já ficou claro nos corredores do centro de convenções de Viena que o atual momento político na América Latina, marcado pela crescente influência regional do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a nacionalização do gás na Bolívia e a crise no Mercosul, dominará os bastidores do evento. Temas como a rodada multilateral da Organização Mundial do Comércio (OMC) - prioridade da agenda do presidente Lula no evento - ocuparão um segundo plano no interesse das centenas de jornalistas estrangeiros que acompanharão o encontro. Representantes europeus temem que Chávez, que liderará uma comitiva de cerca de cem pessoas, "vire a estrela da Cimeira".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.