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Veja dificuldades enfrentadas por passageiros da Varig

Christiano Panvechi, da Rádio Eldorado, viajou de São Paulo até o Rio pela companhia e contou o que passou durante o vôo

Por Agencia Estado
Atualização:

A estrela já não brilha tanto. A crise financeira corrói há algum tempo as operações da companhia aérea. Viajar de Varig atualmente não é tarefa fácil, nem mesmo na ponte aérea, rota em que a freqüência de aviões é maior. Veja a seguir a experiência do repórter da Rádio Eldorado, Christiano Panvechi, que viajou pela Varig para sentir na pele as dificuldades enfrentadas pelos passageiros da companhia. "São 7h04, eu acabo de entrar no saguão de check-in aqui do aeroporto de Congonhas. O meu destino: Rio de Janeiro. A viagem, que entre check-in, embarque e desembarque no Rio de Janeiro duraria entre uma hora, uma hora e meia e até mais ou menos duas horas, hoje promete ser longa. Os painéis de vôo aqui do aeroporto de Congonhas marcam apenas um vôo para o aeroporto Santos Dumont. Este para as 9h10 também foi cancelado." "A tensão sobre se conseguir voar se transforma em um certo alívio alguns minutos depois. No balcão de check-in da companhia, me é oferecido o vôo 2409 programado para as 10h30. Os funcionários desconversam sobre porque os painéis não registram partidas da Varig. No horário da decolagem para o Rio de Janeiro, o avião ainda não está na pista. A demora atrasa a viagem em 40 minutos. Dentro do Boeing 737 a minha impressão é que não há problemas, a não ser pela falta de passageiros no avião." "Durante todo o vôo as aeromoças tentam passar normalidade, como se nada estivesse acontecendo com a companhia e tentam manter o padrão Varig de qualidade. No avião, com capacidade para até 138 passageiros, apenas 32 pessoas ocupam os lugares." Sensação compartilhada A estudante Caroline Tamassia tem a mesma sensação de normalidade, embora serviços como a alimentação a bordo tenham perdido qualidade. Para ela, alguns funcionários parecem acostumados à hostilidade dos passageiros. "Foi engraçado quando cheguei para fazer o check-in. Quando eu perguntei para a moça do check-in se ia ter vôo, se não ia ser cancelado, ela já foi dizendo para mim ´nossa, por que todos os nossos clientes falam isso para a gente?´. Então eu percebi que as pessoas vêm sendo um pouco hostis com os atendentes da companhia, que acabam pagando o pato por tudo o que está acontecendo", disse Caroline. A comissária de bordo Ligia Fernandes afirma que o clima de normalidade dentro dos aviões ocorre pelo profissionalismo dos funcionários. Há vinte anos trabalhando pela companhia, ela acredita que a garra e o amor pela empresa estão salvando a Varig. "Não tem novinho aqui dentro. Todo mundo que está aqui já passou pela maturidade profissional, então você completar quase três meses sem salário, pedindo dinheiro emprestado para vir trabalhar; gente que deixou de voar para os Estados Unidos porque não tinha dinheiro para pagar visto; a gente acreditou. Quem ficou, ficou porque tem fibra, e isso a gente passou dentro do avião para todos os passageiros. Eu cansei de fazer vôos e chega no final do vôo e o passageiro não acredita, não entende como é que a gente faz isso que a gente faz sem salário, sem nada. É porque a gente acreditou, a gente é profissional", afirma Ligia. Única no Brasil Para a comissária Ligia Fernandes, a Varig é única no Brasil."Todos nós aqui da aviação da Varig temos a Varig no sangue. Existem três empresas de aviação aqui no Brasil, que é Varig, Varig, Varig." "Duas horas e 45 minutos depois de chegar a Congonhas, eu desembarco no aeroporto Santos Dumont. A viagem demorada, se compararmos a outros momentos da empresa, termina tranqüila. Ainda sem saber qual será o futuro da Varig."

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