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Veja os 'dez pilares' usados pelo governo para elaborar a reforma que mexe com o 'RH do Estado'

Pilares foram sugeridos pelo Ministério da Economia levando em conta as recomendações do presidente; uma das exigências de Bolsonaro era que os servidores atuais fossem deixados de fora

Por Jussara Soares e Idiana Tomazelli
Atualização:

BRASÍLIA - A proposta de reforma administrativa que o governo encaminhou ao Congresso nesta quinta-feira, 3, foi construída sob dez pilares sugeridos pelo Ministério da Economia e levando em conta as recomendações do presidente Jair Bolsonaro. O envio das propostas para a reforma foi registrado no Diário Oficial da União desta quinta-feira. 

O presidente pediu, por exemplo, que deixasse de fora os servidores atuais. Também foram poupados os futuros funcionários dos poderes Legislativo e Judiciário, assim como o funcionalismo de Estados e municípios.

Ministério da Economia Foto: Hoana Gonçalves/ME

A despesa com pessoal é a segunda maior do Orçamento, atrás apenas da Previdência, que já foi alvo de uma reforma aprovada no ano passado. Em 2021, o governo federal deve gastar R$ 337,345 bilhões com salários e outros benefícios aos servidores.

Veja a seguir os dez pontos:

  • Princípios

Ampliação dos princípios que regem a administração pública  Além de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, devem ser incluídos imparcialidade, transparência, inovação, responsabilidade, unidade, coordenação e subsidiariedade e boa governança.

  • Distribuição

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Transferência para a iniciativa privada de serviços que não sejam absolutamente exclusivos ao Estado. 

  • Abrangência

A reforma administrativa proposta pelo governo não vai abranger os demais Poderes, o Legislativo e o Judiciário, e não vai afetar o servidores atuais. Não deve atingir também servidores estaduais e municipais.

  • Aposentadoria compulsória

A única regra que deve ter aplicação imediata será a aposentadoria compulsória aos 75 anos para os servidores das estatais. O texto obriga que o funcionário perca o vínculo com a empresa a partir dessa idade.

  • Aplicação

O novo regime só será aplicável após a aprovação de uma lei complementar – que vai definir, por exemplo, quais são as carreiras típicas de Estados, ou seja, aquelas que poderão ser desempenhadas apenas por funcionários públicos.

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  • Transição

Existirá uma transição entre a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição e da Lei Complementar. A ideia é não deixar sem respaldo os servidores que vierem a ingressar no funcionalismo durante esse período.

  • Divisão em grupos

A proposta prevê uma divisão do funcionalismo público em pelo menos três grupos: os das carreiras de Estado, únicas que terão a garantia da estabilidade, os servidores com tempo de contratação indeterminado e sem estabilidade, e os que serão contratados por tempo determinado, ou seja, com prazo preestabelecido para deixar o funcionalismo público.

  • Contratos

Ampliação das características dos contratos de gestão com organizações. A ideia é estabelecer metas para que as parcerias sejam firmadas e continuadas.

  • Compartilhamento

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Cooperação entre entes públicos e privados para compartilhamentos de estruturas físicas e utilização de recursos. 

  • Atribuições do presidente

Dá mais flexibilidade para o presidente da República governar por decreto. Um dos principais pontos do texto prevê mudanças no artigo 84 da Constituição, que trata das atribuições do presidente. A ideia é ampliar medidas que podem ser determinadas pelo Poder Executivo por meio de decreto, como extinguir ou criar órgãos, sem o aval do Congresso Nacional.

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