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Veja os principais pontos defendidos por Mantega

Por Agencia Estado
Atualização:

O novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou hoje a manutenção da política econômico. Disse que os juros continuarão em queda e que o governo não adotará nenhuma medida de controle do câmbio. A permanência de Henrique Meirelles era dúvida no mercado com a chegada de Mantega, mas o ministro declarou que nada muda no Banco Central. Veja abaixo as principais defesas feitas por Mantega hoje, ao longo do dia, sobre os rumos da economia: - JUROS: a política de redução dos juros vai continuar. Em entrevista exclusiva à Agência Estado e à Rádio Eldorado, ele afirmou que a política monetária é a mais acertada que já se fez no País. - CRESCIMENTO ECONÔMICO: Ele prevê que o Brasil tenha, este ano, um crescimento entre 4,5% e 5% em seu PIB. Segundo ele, a aceleração do crescimento econômico se dá por meio da expansão do crédito, da queda nos juros, das reformas microeconômicas e também algumas constitucionais, e os investimentos em tecnologia e inovação, entre outros fatores. "Tudo isso está sendo feito e já estamos em situação de maior crescimento", disse. - CÂMBIO: O ministro voltou a afirmar que o governo não vai influenciar o câmbio, mas que poderá avaliar quais os setores que estão sendo mais afetados pelo câmbio valorizado. "Mas isso faz parte do cotidiano do Ministério da Fazenda", ressalvou. Segundo ele, o País já passou pela aventura do cambio fixo, assim como outros países, como a Argentina, e o resultado não foi bom. "Não vamos retroceder." Mantega apontou como um dos fatores para a valorização do real frente ao dólar o aumento das exportações, mas, segundo ele, este é um efeito colateral do sucesso da política cambial. - SUPERÁVIT PRIMÁRIO: Segundo Mantega, uma redução do superávit primário - arrecadação menos as despesas, exceto o pagamento de juros - "não ajudaria em nada" a aumentar o crescimento da economia e, pelo contrário, poderia prejudicar, a partir da insegurança que tal medida causaria entre os agentes econômicos. "Não vamos abandonar essa política, que já está incorporada. Acho difícil, inclusive, que outros governos o façam", disse. - TAXA DE JURO DE LONGO PRAZO (TJLP): Mantega disse que a tendência para a TJLP é de queda. Ele, entretanto, ponderou que agora não pode falar de quanto será esta redução. "Antes eu estava do outro lado do balcão e falava alguma coisa sobre a TJLP até para fazer uma certa pressão", disse Mantega. Ele reiterou que agora pretende conversar com os outros integrantes do Conselho Monetário Nacional para chegar a um consenso sobre qual será a dimensão da queda da TJLP. Ainda como presidente do BNDES, Mantega chegou a dizer que a TJLP teria espaço para ser reduzida a 7% ao ano, e afirma que não mudou de idéia. Hoje a taxa encontra-se em 9% ao ano. O CMN definirá a nova TJLP para o segundo trimestre a partir das 15 horas da próxima quinta-feira. - BANCO CENTRAL: Mantega afirmou que não haverá mudanças na equipe do Banco Central. "A atribuição de nomear ou não nomear o presidente do Banco Central é do presidente da República. Então nada muda em relação ao Banco Central", afirmou. - IMPORTAÇÕES: Mantega disse que não há um plano oficial no Ministério da Fazenda para reduzir as alíquotas do imposto de importação como forma de pressionar a taxa de câmbio. "O câmbio favorável é como se já estivéssemos praticando uma redução da alíquota de importação", argumentou o ministro. Ele afirmou que o governo se reserva, no entanto, o direito de cortar a tarifa de importação para executar alguma política específica como no caso de alguns setores que estejam praticando preços abusivos. - REFORMAS: O ministro reconheceu que o ano eleitoral prejudica o andamento dos trabalhos legislativos, mas disse que o governo vai se esforçar para separar o conflito eleitoral das disputas naturais em torno dos projetos. "Vamos tentar avançar com as reformas mesmo em ano eleitoral", disse Mantega. Ele destacou que, no caso da reforma tributária, a grande dificuldade está na negociação com os governadores.

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