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Veja os principais pontos do encontro do G-20 em São Paulo

Países do grupo defendem a necessidade de reforma das instituições criadas na conferência de Bretton Woods

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Por Redação
Atualização:

O G-20, grupo das 20 maiores economias do mundo, divulgou um comunicado com as conclusões do encontro de dois dias, realizado neste fim de semana na capital paulista. No documento de cinco páginas, os países do grupo defendem a necessidade de reforma das instituições criadas na conferência de Bretton Woods (1944) e, pela primeira vez, citam a possibilidade de injeção de mais recursos em instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Leia abaixo as principais recomendações do G-20: Órgãos internacionais - O comunicado afirma ser bem-vindo o uso de recursos do FMI para promover a ajuda emergencial às nações necessitadas, como também a criação de novos mecanismos para ampliar a liquidez no curto prazo. - Para o G-20, é necessário atentar para o uso adequado dos recursos do FMI e do Banco Mundial, e observam que é preciso estar preparado para aumentar a capacidade de funding das mesmas quando necessário. - O documento também exige maior poder de decisão dos países emergentes. Nesse sentido, pede o reconhecimento do G-20 de que o Financial Stability Forum - entidade formada por agências reguladoras, bancos centrais e autoridades financeiras do G7 (países industrializados) e outras grandes economias - deve ser estendido para ter a participação dos países emergentes. Inflação - O comunicado também mostra uma grande preocupação do grupo com a inflação. Os representantes do G-20 afirmam no comunicado estarem determinados a adotar todos os passos necessários para que haja um crescimento não-inflacionário, mantendo a estabilidade e a sustentabilidade de acordo com as necessidades e instrumentos disponíveis nos respectivos países, incluindo política fiscal e monetária. Rodada Doha - Os representantes do grupo convocaram todos os países a resistirem a adotar medidas protecionistas, e reiteraram o apoio à conclusão das negociações na Rodada Doha. Crédito - No documento, foi salientado que um dos aspectos mais deletérios da crise atual é o congelamento do crédito privado e do mercado de equity, e a tendência da volta do fluxo de capital para o local onde a crise foi originada. "Exploramos caminhos para restabelecer o acesso dos países emergentes e em desenvolvimento ao crédito e ao fluxo de caixa", diz o texto. Recessão - Segundo o G-20, alguns países avançados, onde a crise teve origem, já dão sinais de recessão ou já enfrentam retração na atividade econômica. Paralelamente, o comunicado do grupo também informa que já há sinais de crescimento mais lento nas economias emergentes, que hoje possuem um peso importante na expansão da economia global. Causas e desafios - Para o G-20, a conjuntura adversa na economia mundial foi provocada, em grande parte, pelo "excesso de risco e falhas nas práticas de gestão de risco nos mercados financeiros, por políticas macroeconômicas inconsistentes, que causaram desequilíbrios domésticos e externos, assim como deficiências na regulação e supervisão dos sistemas financeiros em alguns países avançados". - No comunicado, as nações reforçaram a disposição de tomar as medidas necessárias para reduzir a volatilidade do mercado financeiro global e restaurar o funcionamento do mercado de crédito nos países emergentes e avançados. - Para os membros do grupo, o desafio chave é resolver a crise financeira de maneira durável e mitigar os impactos na atividade econômica global através de medidas compreensivas, coordenadas e oportunas. - Os países também consideraram ser essencial que os recentes ganhos na redução da pobreza e da desigualdade social não sejam afetados pela crise financeira e pelo desaquecimento da economia global. Eles reconheceram que muitos países podem ser afetados pela volatilidade dos preços das commodities e pela mudança no sentimento dos investidores. Por isso, concordam com a importância da manutenção de fluxos oficiais para esses países.

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