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‘Vejo a retomada de investidores estratégicos de fora ao País’, diz responsável por M&A do Santander

Renato Boranga diz que o crescimento do PIB poderá impulsionar a consolidação nos setores de consumo e varejo

Por Monica Scaramuzzo
Atualização:

À frente de importantes fechamentos de negócios em 2019, o Santander prevê para 2020 um ano recorde de operações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) no País. Renato Boranga, responsável pela área de M&A do banco, diz que o crescimento do PIB poderá impulsionar a consolidação nos setores de consumo e varejo. Mas, para ele, as privatizações deverão ditar os principais negócios deste ano. Dados da consultoria Dealogic mostram que as transações de fusões e aquisições somaram R$ 175 bilhões no ano passado, valor 3% maior sobre o ano anterior. Em 2019, o banco assessorou a Petrobrás nas vendas do gasoduto TAG para a francesa Engie, por US$ 8,6 bilhões, e da empresa de gás de cozinha Liquigás para o consórcio formado entre a Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás, por R$ 3,7 bilhões.

Renato Boranga, responsável por M&A no Santander Foto: Werther Santana/ Estadão

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O governo quer acelerar as privatizações este ano. Veremos importantes fechamentos de negócios?

Sim. O movimento de privatização estará mais ativo com a intenção do governo de acelerar seus planos de desinvestimentos. Em infraestrutura, por exemplo, veremos investidores interessados em concessões públicas, sobretudo de estradas e aeroportos. 

Quais outros setores que estarão no radar de investidores?

Os setores de consumo e varejo, que são ligados diretamente ao PIB, voltarão a ficar mais atraentes. Nos últimos meses, vimos muitas empresas se capitalizando no mercado de capitais e elas podem acelerar esse movimento de consolidação. 

Quais áreas de consumo e varejo devem atrair investidores?

Os segmentos de eletroeletrônicos ainda têm muito espaço para consolidação. Moda também é um setor que pode gerar bons negócios.

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Que tipo de investidor tem interesse de fazer aportes no País?

Acredito na retomada dos investidores estratégicos estrangeiros. No ano passado, vimos muitas operações com locais porque grupos e fundos internacionais estavam tentando entender o ambiente político após a eleição do presidente Jair Bolsonaro. Os grupos brasileiros vão continuar bem ativos, mas os de fora também voltam com apetite.

A volatilidade do câmbio preocupa?

Esta é uma preocupação maior dos fundos de private equity (que compram participação em empresas) porque eles buscam retorno aos seus negócio no curto prazo. Mas não vejo o câmbio como uma questão que possa preocupar as futuras operações este ano. 

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