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VEM pode paralisar Varig, alerta empresa portuguesa

O motivo é o débito de 40 milhões de euros que a companhia aérea tem com a prestadora de serviços, e que "dificilmente será pago"

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Varig Engenharia e Manutenção (VEM), Jorge Sobral, disse ao jornal português Diário de Notícias que se sua empresa congelar a manutenção da Varig, a companhia aérea brasileira deixará de voar. Ele explicou que a VEM ainda aguarda decisão da Justiça para a tomada de decisão. O motivo é uma dívida que a empresa brasileira possui com a prestadora de serviços: no final de maio, o montante já estava em 40 milhões de euros. Segundo Sobral, "muito dificilmente" esse dinheiro será ressarcido pela empresa brasileira. A manutenção da Varig gera um custo de 2,1 milhões de euros mensais à VEM. A TAP adquiriu a VEM do grupo Varig em dezembro do ano passado. Atualmente, a empresa aérea portuguesa está preparando a integração da VEM à sua estrutura. Adiamento O anúncio foi feito um dia após a situação da companhia aérea se complicar mais um pouco. Isso porque na última quarta-feira a Justiça do Rio de Janeiro cancelou a assembléia de credores da Varig, marcada para o próximo dia 10, que analisaria a proposta de compra feita pela VarigLog, de US$ 500 milhões.Conseqüentemente, o leilão da companhia aérea, que seria realizado no dia 12, também foi suspenso. Ainda não foram definidas novas datas. O motivo do cancelamento foi a apresentação de uma proposta melhorada da VarigLog. Segundo a Justiça, a ex-subsidiária da companhia não havia entregado alguns documentos importantes para análise da viabilidade da oferta. A principal dúvida sobre a proposta era saber como os credores da Varig teriam garantia de que as suas dívidas seriam honradas na chamada Varig antiga, que seria desmembrada da operação principal para herdar o passivo de R$ 7,9 bilhões. Pelos detalhamentos apresentados nesta quarta-feira, a VarigLog se compromete a destinar R$ 277 milhões (US$ 125 milhões) pela Varig antiga. Esse dinheiro faz parte do R$ 1,067 bilhão (US$ 485 milhões) que a ex-subsidiária pretende desembolsar pela nova Varig. Na proposta anterior, não estava previsto o desembolso de dinheiro para a Varig antiga. Credores e a comissão de juízes responsável pela recuperação judicial da Varig tinham dúvidas sobre a oferta. O Ministério Público do Rio e o administrador judicial da Varig, a consultoria Deloitte, têm, agora, 24 horas para analisar o documento, que só vale até o dia 16. Este texto foi atualizado às 9h30.

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