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Venda da Varig é discutida nesta sexta

A proposta feita pela TGV, de US$ 449,048 milhões pelo arremate da companhia aérea, é analisada pela Anac e pelo juiz Luiz Roberto Ayoub

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, chegou por volta das 10 horas desta sexta-feira no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, onde se reuniu com o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Estado, para analisar a proposta de compra da Varig. Também participa do encontro o sócio-diretor da consultoria Alvarez & Marsal - que cuida da reestruturação -, Marcelo Gomes. A proposta de compra foi feita na última quinta-feira, durante o leilão da companhia aérea, pelo Trabalhadores de Grupo Varig. Contudo, o valor oferecido, de US$ 449,048 milhões, é inferior ao preço mínimo estabelecido. Nesta segunda etapa, não havia valor mínimo a ser cumprido para a oferta, diferentemente da primeira etapa, em que os lances deveriam ser de valor igual ou superior ao preço mínimo fixado tanto para a companhia inteira (US$ 860 milhões) como para a parte doméstica (US$ 700 milhões). O leilão foi para a segunda etapa porque a primeira fracassou. Dos cinco investidores que se pré-qualificaram para o leilão, nenhum apresentou proposta. O valor ofertado pelo TGV corresponde a um deságio de 47,8% sobre o mínimo proposto na primeira fase do leilão, que era de US$ 860 milhões. A proposta do TGV equivale a R$ 1,010 bilhão. Desse total, R$ 225 milhões serão pagos em créditos concursais e extra-concursais, R$ 500 milhões em debêntures da nova companhia e R$ 285 milhões em dinheiro. Empresa tenta evitar falência Sem dinheiro em caixa, a empresa dependia do sucesso do leilão para escapar da falência. Segundo pessoas envolvidas com o negócio, a companhia aérea OceanAir aparecia como favorita. Seu dono, o empresário German Efromovich, negociou intensamente nos últimos dias com autoridades do governo e da Justiça garantias para entrar no leilão sem correr o risco de herdar dívidas da Varig. Corriam por fora o fundo de investimento Matlin Patterson, que comprou a VarigLog (empresa de logística da Varig), e um fundo canadense, que estaria sendo representado pelo escritório de advocacia Ulhôa Canto, Rezende e Guerra. Mas num negócio cercado de questionamentos e dúvidas, feito às pressas para evitar a falência da empresa, nenhum dos envolvidos apostava em um desfecho. Surgiram especulações de todo o tipo, desde que nenhum candidato se sentiria seguro a participar do leilão, até o aparecimento de um investidor de última hora. Uma informação era dada como certa: dificilmente a Varig seria vendida pelo preço pedido pela Justiça.

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