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Venda das empresas ligadas à Varig ficará para 2006

Por Agencia Estado
Atualização:

A venda das subsidiárias da Varig, VEM e VarigLog vai ficar para 2006. Hoje, a direção da companhia aérea não conseguiu avaliar as propostas apresentadas e adiou a definição para depois das festas de final de ano. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, a decisão foi tomada devido à dificuldade de encontrar interlocutores em meio às folgas concedidas nesta época do ano. A companhia não marcou novo prazo para avaliar as propostas. Três interessados estão no páreo. A companhia aérea estatal portuguesa TAP, primeira a fazer proposta, ofereceu US$ 62 milhões pelas duas empresas. A TAP concorre com o fundo americano Matlin Patterson, que ofereceu US$ 77 milhões, e com a Docas Investimentos, cuja oferta foi de US$ 139 milhões. As duas últimas propostas foram feitas em uma espécie de leilão para melhorar o valor de venda das companhias. A estatal portuguesa tem opção de cobrir as ofertas concorrentes e, se não ficar com as ações, tem direito a receber US$ 12,5 milhões como multa por rescisão do contrato, já que pagou em novembro os US$ 62 milhões pelas ações das companhias. Proposta portuguesa Nos últimos dias, o governo português ratificou o interesse em participar do processo de reestruturação da companhia aérea brasileira, mas não informou se faria nova oferta. Em sua proposta original, a TAP compraria 95% das ações da VarigLog e 90% das ações da VEM. Os US$ 62 milhões, pagos em novembro com auxílio do BNDES, foram usados para o pagamento de dívidas da Varig junto a empresas de arrendamento de aviões, o que garantiu o funcionamento da companhia enquanto os credores discutiam a proposta de reestruturação, aprovada em assembléia no último dia 19. Posição do Sindicato O Sindicato Nacional dos Aeronautas divulgou hoje nota explicando os motivos de sua abstenção na assembléia que aprovou o plano de reestruturação judicial da companhia. A entidade registrou petição na 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro com suas explicações. No texto, o sindicato alega que não teve acesso ao plano antes da assembléia e que seria "irresponsável" votar, "sob pressão", a favor de um documento que não conhecia. "Não mostrar o plano antes da assembléia caracterizou intolerável desrespeito com os empregados da Varig. Se precisava do sacrifício dos empregados, a Varig poderia ter, pelo menos, debatido antes o plano com os empregados", diz o documento, que põe mais lenha na disputa entre o sindicato e o grupo conhecido como Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), favorável ao plano. "De forma irresponsável, a TGV aprovou um plano que representa um verdadeiro calote nos empregados, sobretudo nos aeronautas, sem ter obtido autorização ou discutido esse assunto com seus representados". As divergências entre as duas entidades dizem respeito, principalmente, ao tratamento diferenciado conferido a cada categoria no plano de reestruturação. O documento prevê o pagamento das dívidas com os aeroviários em até 12 meses, como garante a lei de recuperação judicial. Os aeronautas, porém, só passam a receber após uma moratória de 36 meses.

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