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Venda de imóvel usado sobe pelo 3º mês seguido em SP

Por Agencia Estado
Atualização:

As vendas de imóveis usados na cidade de São Paulo cresceram pelo terceiro mês consecutivo, ao registrar em outubro aumento de 4% em relação a setembro, segundo pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), realizada com 420 imobiliárias. O mercado de aluguel de imóveis, por sua vez, registrou o terceiro mês seguido de redução no volume de unidades alugadas, com queda de 4,59% na comparação com setembro. Segundo o Creci-SP, os imóveis de menor valor unitário e situados nas Zonas C, que reúne bairros como Ipiranga, Lapa e Mooca, e D, Jaçanã, Mandaqui e Vila Maria, são os que têm alavancado as vendas de imóveis usados na capital. Em outubro, os apartamentos e casas com valor final de venda de até R$ 100 mil representaram 63,89% dos contratos fechados nas imobiliárias consultadas. Mais de 31% dos imóveis vendidos estavam localizados na Zona C. Outros 25,5% estavam situados em bairros da Zona D. "Como não há financiamento de 100% do valor do imóvel, as famílias atualmente buscam casas ou apartamentos mais baratos para poder enquadrar-se nos limites de crédito dos bancos ou suportar o pagamento à vista, que em outubro respondeu por 72% das vendas", explica o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto. Essa característica da demanda se refletiu no comportamento dos preços em outubro. Os maiores aumentos foram registrados nos imóveis de padrão tipo standard, casas e apartamentos com acabamento mais simples. Na Zona D, apartamento desse tipo, construído há mais de 15 anos, foi vendido por preço médio do metro quadrado 12,89% acima do apurado em setembro. O valor passou de R$ 552,36 para R$ 623,57, a maior alta entre todas as apuradas pela pesquisa do conselho. Ainda na Zona D, apartamentos com oito a 14 anos de construção tiveram o preço médio do metro quadrado reajustado em 8,9%, passando de R$ 700 em setembro para R$ 762,33 em outubro. Segundo a pesquisa, os apartamentos foram os imóveis mais vendidos em outubro, com 107 unidades ou 59,44% do total de 180 unidades negociadas pelas 420 imobiliárias entrevistadas. As casas representaram 40,56% das vendas, com 73 unidades. No mercado de apartamentos, foram registradas sete ocorrências de alta de preços e sete de baixa, a maior delas na região mais nobre da cidade, a Zona A, onde estão bairros como Alto da Boa Vista, Jardim Europa, Higienópolis e Pacaembu. O preço do metro quadrado de imóvel de padrão médio, construído entre oito e 14 anos atrás, baixou de R$ 1.699,18 em setembro para R$ 1.592,33 em outubro (-6,29%). No mercado de casas, a pesquisa do Creci-SP apurou seis ocorrências de baixa e seis de alta nos preços médios de venda. A maior alta, de 8,76%, foi registrada na Zona B, que agrupa bairros como Aclimação, Jardim Paulistano e Vila Madalena. O preço médio do metro quadrado de imóvel de padrão médio, construído há mais de 15 anos, passou de R$ 1.025 em setembro para R$ 1.114,80 em outubro. A maior baixa se deu na Zona E, onde estão bairros como Brasilândia e Itaquera. O preço médio do metro quadrado de imóvel de padrão standard, construído entre oito e 14 anos atrás, baixou 6,12%, de R$ 750 em setembro para R$ 704,09 em outubro. Aluguel Quem procurou casas para alugar contratou, em outubro, um aluguel em geral mais alto do que em setembro, segundo a pesquisa do Creci-SP. Naquele mês, foram apuradas 12 ocorrências de alta de preço e nove de baixa. O maior aumento, de 5,41%, foi registrado na Zona E, onde o aluguel de uma casa tipo quarto-e-cozinha passou de R$ 176,85 em setembro para R$ 186,31 em outubro. Os apartamentos tiveram mais ocorrências de baixa dos valores médios (10) do que de altas (8). A maior redução também aconteceu na Zona E, onde o aluguel de um imóvel de dois dormitórios baixou de R$ 424 em setembro para R$ 403,68 em outubro. Naquele mês, as casas foram mais procuradas para aluguel que os apartamentos. Foram 614 unidades (62,53% do total de 982 imóveis alugados) e 368 apartamentos (37,47%). A pesquisa constatou ainda que foram devolvidas em outubro, às 420 imobiliárias consultadas, 476 chaves de imóveis que estavam alugados. Esse número equivale a 48,47% do total de imóveis alugados no período e é 5,57% inferior ao volume de devoluções registradas em setembro. Em outubro, o porcentual de inadimplentes com as imobiliárias pesquisadas era de 6,24% do total de inquilinos em carteira - 2,55% menos que os 6,4% inadimplentes de setembro. Ações judiciais O número de ações locatícias distribuídas no Fórum da Comarca de São Paulo aumentou 176,6% em outubro na comparação com setembro. Foram 2.379 ações em outubro, 860 em setembro e 558 em agosto, segundo números do Departamento Técnico de Primeira Instância - Divisão Técnica de Distribuição Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. O crescimento explosivo é resultado da greve do Judiciário, que retardou e paralisou os julgamentos e entradas de ações durante os 91 dias de paralisação. As ações por falta de pagamento (despejo) tiveram aumento de 178,3% (de 787 em setembro para 2.190 em outubro). Essas ações responderam por 92% do volume total em outubro. O maior crescimento foi verificado no volume de ações renovatórias, que são destinadas a renovar compulsoriamente os contratos comerciais com prazos de cinco anos. Elas deram um salto de 258,82%, passando de 17 em setembro para 61 em outubro. As ações consignatórias (propostas para dirimir discordância de valores de aluguéis ou encargos) tiveram aumento de 87,5%, evoluindo de 8 em setembro para 15 em outubro. As ações ordinárias, propostas para retomada de imóvel para uso próprio, de ascendentes ou descendentes, reforma ou denúncia vazia, cresceram 135,42% de setembro (48) para outubro (113).

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