Se depender do setor de material de construção, a economia continuará em retração no início de 2009. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) mostram que as vendas internas recuaram 8,55% em fevereiro em relação a janeiro. Na comparação com fevereiro do ano passado, houve queda de 21,38%. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, as vendas domésticas de materiais acumulam retração de 18,47%.
Veja também:
O presidente da Associação, Melvyn Fox, afirmou que a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é a principal saída para reativar o segmento. Segundo Fox, a queda de 21,38% demonstra que a desoneração é uma necessidade para minimizar os efeitos da crise. "Quando a crise afeta a indústria de materiais é porque já afetou o setor de construção como um todo", afirmou Fox.
"Foi o quarto mês consecutivo de queda das vendas de materiais. O setor investiu muito nos últimos dois anos, e agora fica na expectativa de um plano de ações do governo, que é adiado sistematicamente", disse Fox.
Expectativas frustradas
No início da semana passada, o setor de materiais viu suas expectativas serem frustradas, quando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgou que não haverá desoneração do IPI para os itens do segmento. Fox esperava que, naquele dia, a desoneração fosse anunciada. Apesar da declaração de Mantega, o presidente da Abramat mantém a expectativa de que a medida ainda possa fazer parte do pacote.
Fox reiterou hoje que a Abramat vai revisar a projeção de crescimento de 5% do faturamento interno das indústrias de materiais em 2009, mas que os cálculos só serão refeitos depois do anúncio do pacote para a habitação. "É óbvio que não vamos crescer 5%, mas estamos aguardando o plano para fazer a revisão", disse o presidente da entidade.