27 de janeiro de 2017 | 08h42
GENEBRA - As exportações de relógios da Suíça caíram 10% em 2016, depois de já terem diminuído 3% em 2015. O setor, considerado um dos principais pilares da economia suíça, demitiu entre 1,5 mil e 2 mil pessoas apenas no ano passado. A crise abriu um debate nacional sobre o futuro de um setor que é protegido como parte da identidade nacional e “orgulho” do país.
Dados apresentados ontem indicaram que as vendas fracas para a Ásia foram responsáveis pelos resultados. No total, US$ 19,4 bilhões foram vendidos até o final de dezembro, o menor valor em cinco anos. A queda anual em termos porcentuais só não é pior que a de 2009, quando chegaram a 22%. Naquele momento, porém, a economia mundial vivia seu pior ano desde a década de 1930.
A indústria relojoeira também aponta para outro fenômeno: o combate do governo da China à corrupção, a propinas e à distribuição de presentes de luxo. O Partido Comunista, duramente criticado por sua extravagância nos últimos anos, mudou de comportamento e obrigou membros do governo a renunciarem “gentilezas”.
Com sua plataforma de vendas a partir de Hong Kong, o mercado chinês e os novos milionários asiáticos haviam compensado as quedas na Europa, em crise. Mas, nos últimos quatro anos, essa realidade mudou e as vendas para a cidade chinesa despencaram pela metade.
Outro fator que pesou foi a decisão da China de elevar impostos de importação sobre bens de luxo para 60%. Mas os problemas não se limitam ao mercado asiático. Dos 15 principais destinos de relógios, 13 registraram contrações.
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