Publicidade

Venda do Speedy deve ser suspensa

Segundo fonte da Anatel, decisão valerá a partir de segunda-feira, como punição pelas panes do serviço

Por Leonardo Goy e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deverá suspender a partir de segunda-feira a venda de novas assinaturas do serviço de banda larga Speedy, da Telefônica. Segundo uma fonte da agência, a medida cautelar é uma punição pelas recentes interrupções no serviço apresentadas pela companhia. A Telefônica informou, por meio de sua assessoria, que ainda não tomou conhecimento da decisão.

 

PUBLICIDADE

A decisão foi tomada na quarta-feira pelos conselheiros da Anatel em circuito deliberativo. Segundo a fonte, a venda das assinaturas poderá ser retomada assim que a Telefônica demonstrar que tomou as medidas necessárias para regularizar o serviço. Caso descumpra a determinação, acrescenta a fonte, a empresa terá de pagar multa de R$ 15 milhões, mais R$ 1 mil para cada assinatura vendida.

 

A Telefônica enfrentou cinco panes nos seus serviços de telefonia fixa e banda larga nos últimos 12 meses. A mais recente, na telefonia, aconteceu na terça-feira. Às 9h, os telefones deixaram de fazer e receber chamadas. De acordo com a própria companhia, 95% dos casos foram resolvidos até as 11h30. Alguns clientes, porém, ficaram o dia todo sem telefone.

 

A maior pane do Speedy aconteceu em julho de 2008, quando os clientes da banda larga da Telefônica a ficaram sem serviço por 36 horas. A empresa apontou o defeito em um roteador (equipamento responsável pelo controle do tráfego de internet) em Sorocaba (SP) como a causa do problema.

 

No começo de abril, o Speedy sofreu outra pane, ficando instável por vários dias. Naquela ocasião, a Telefônica apontou a ação de criminosos virtuais como a causa do problema. No mês passado, houve um novo apagão do Speedy, que atingiu usuários em vários pontos do Estado por várias horas.

 

Dias depois, o presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente, pediu desculpas públicas. "A gente reconhece que tem problemas, e publicamente pede desculpas", afirmou Valente na ocasião. "É algo que não gostaríamos que tivesse acontecido, e que causa transtornos."

 

Os problemas de abril e de maio foram muito parecidos. A Telefônica enfrentou instabilidade em seus servidores de nome de domínio (DNS, na sigla em inglês). Essas máquinas transformam os nomes de sites digitados pelos usuários em endereços numéricos usados pelo protocolo de internet, responsável pelo funcionamento da rede mundial.

Publicidade

 

No começo do mês, a Telefônica entregou à Anatel um laudo do CPqD (centro de pesquisas que fazia parte da Telebrás) sobre os motivos da pane de abril. O laudo apontou como causa "ações deliberadas e de origem externa" e problemas de software e de configuração de sistemas. A empresa informou que iria tomar uma série de medidas, sugeridas pelo CPqD, para reduzir a possibilidade de esses problemas voltarem a acontecer.

 

CRESCIMENTO

 

A Telefônica é a segunda maior operadora de banda larga do País, com 2,657 milhões de assinantes em março, segundo a consultoria Teleco, com um crescimento de 22,6% em 12 meses. Em primeiro lugar, está a Oi, com 3,938 milhões, e, em terceiro, a Net, com 2,452 milhões. O Brasil tem 10,435 milhões de assinantes do serviço de internet banda larga.

 

Em seu pedido de desculpas, no mês passado, Valente apontou o crescimento acelerado como uma das explicações para as panes. Este ano, a Telefônica planeja investir R$ 750 milhões em sua rede de banda larga, comparados a R$ 500 milhões em 2008.

 

PUBLICIDADE

"A rede está sendo ampliada, com novas técnicas de proteção e redundância", explicou Valente, na ocasião. Em abril e maio, a Telefônica prometeu reembolsar os clientes pelas horas fora do ar.

No mês de fevereiro, um incêndio atingiu um prédio da empresa em Barueri (SP), prejudicando os serviços de internet. O centro de dados concentrava equipamentos utilizados por grandes clientes corporativos, que ficaram sem acesso à rede mundial e a servidores hospedados pela empresa.

A Telefônica teve de desligar a energia do prédio para que os bombeiros combatessem o fogo. Os usuários do Speedy e pequenas empresas atendidas pela operadora não foram afetados em fevereiro.

Publicidade

COLABOROU RENATO CRUZ

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.