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Venda no varejo dos EUA cai pelo 5o mês,confiança sobe

Por GLENN SOMERVILLE E LUCIA MUTIKANI
Atualização:

As vendas no varejo norte-americano caíram pelo quinto mês consecutivo em novembro, a sequência mais longa em pelo menos 16 anos, com as vendas de gasolina declinando em ritmo recorde, segundo dados do governo dilvulgados nesta sexta-feira. As vendas recuaram apenas 0,2 por cento com as vendas de gasolina desconsideradas, à medida que as vendas de outros items, como aparelhos eletrônicos cresceram. "Ainda que os consumidores estejam ficando significantemente aliviados com os preços da gasolina mais baixos, neste ponto eles parecem estar poupando ao invés de gastar o que sobrou dos gastos em energia", afirmaram economistas da RDQ Economics em nota para clientes. A queda dos preços da gasoline ainda ajudaram a impulsionar a confiança do consumidor neste mês, assim como fizeram os descontos de varejistas e o recuo das expectativas com a inflação, mas o pessimismo sobre o futuro contém qualquer entusiasmo, mostrou uma pesquisa da Reuters/Universidade de Michigan. O Departamento do Comércio afirmou que as vendas totais no varejo caíram 1,8 por cento, para 355,66 bilhões, em novembro, após uma queda revisada de 2,9 por cento em outubro. Excluindo veículos e autopeças, a queda foi de 1,6 por cento, frente a um mergulho de 2,4 por cento em outubro. Excluindo gasolina, as vendas no varejo caíram 1,6 por cento em outubro. As vendas vêm caindo desde julho, maior sequência de queda desde que o Departamento do Comércio começou a coletar dados em 1992. O declínio reflete uma enfraquecimento da economia e da queda dos preços energéticos. Ooutro relatório mostrou que os preços no atacado caíram pelo quarto mês consecutivo em novembro, quando o Índice de Preço ao Produtor recuou 2,2 por cento após queda recorde de 2,8 por cento em outubro. Os preços de energia caíram 11,2 por cento em novembro, quarto mês de queda consecutiva, com os preços da gasolina derretendo em um recorde de 25,7 por cento. "Isto só mostra como a economia está fraca, e isto está definitivamente impactando nos custos", afirmou Robert Macintosh, economista-chefe da Eaton Vance. "Eu acho que tudo isso se encaixa com o fato de que estamos em uma recessão bastante profunda." A queda das vendas do varejo de novembro foi levemente menor do que as previsões de baixa de 1,9 por cento nas vendas totais e de 1,8 por cento para as vendas excluindo veículos e autopeças dos economistas de Wall Street pesquisados pela Reuters. As vendas de móveis, eletrônicos e roupas avançaram no último mês após uma queda em outubro. O período do feriado de Ação de Graças até o Natal é tipicamente de boas vendas para varejistas norte-americanas, mas analistas esperam que os consumidores diminuirão os gastos neste ano. "Nós estamos em recessão, o sentimento é bastante ruim e não é surpreendente que as vendas continuam caindo", afirmou Kim Rupert, diretor gerente de análise de renda fixa global da Action Economics. CONFIANÇA O índice da Reuters/Universidade de Michigan mostrou que a confiança em dezembro subiu para 59,1, frente os 55,3 de novembro, ajudado pela queda nas expectativas de inflação para seu menor nível em cinco anos. O índice atingiu o maior nível desde setembro e contrariou as espectativas de economistas que esperavam uma queda para 54,8, segundo pesquisa da Reuters. Apesar da melhora, o sentimento continua bem abaixo dos patamares históricos. O índices de confiança é realizado desde 1952 e os números deste mês ainda se mantêm perto da mínima de 51,7 atingida em maio de 1980.

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