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Vendas a prazo crescem 25% e calotes aumentam

O comércio fechou o mês de janeiro com um crescimento acentuado de vendas no crediário. Mas isso também tem se refletido na inadimplência, que em janeiro cresceu 51,9% em relação a janeiro do anterior e 20,8% ante dezembro.

Por Agencia Estado
Atualização:

O comércio fechou o mês de janeiro com um crescimento acentuado de vendas no crediário. As consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que dão idéia das vendas a prazo, foram 25% superiores ao mesmo período do ano passado. Mesmo descontando-se o fato de que, este ano, o mês tem um dia útil a mais, o crescimento é de 20%. "Em números absolutos de consultas é o melhor janeiro desde 1994", diz o diretor do departamento de economia da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo. Mas o aumento das vendas a crédito também tem se refletido na inadimplência, que em janeiro cresceu 51,9% em relação a janeiro do anterior e 20,8% ante dezembro. Já os acertos de dívidas em atraso aumentaram 29,6% na comparação com janeiro de 2000 e 12,2% ante dezembro. O bom desempenho da economia, a queda dos juros e o aumento do emprego, além de janeiro de 2000 ter sido um mês mais fraco, contribuíram, na avaliação de Solimeo, para o resultado das vendas de janeiro. As consultas ao Telecheque, indicador das vendas à vista, aumentaram 8,8% no mês passado. Pela média diária, quando se desconta um dia útil a mais de janeiro deste ano, o Telecheque cresceu 4,4% ante janeiro de 2000. "O ritmo das vendas este ano será melhor do que no anterior", diz . Ao analisar o salto da inadimplência, em números absolutos, Solimeo faz uma ressalva. Ele diz que parte dos comunicados de atraso no crediário, em vez de serem registrados em dezembro foram em janeiro, elevando o resultado da inadimplência do mês passado. "Não acredito, pelo cenário econômico de uma tendência de crescimento da inadimplência, mas de qualquer forma o sinal amarelo está acesso para monitorarmos mais de perto estes números", disse. O vice-presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito (Acrefi), Ricardo Malcon, também está convencido de que o aumento em números absolutos da inadimplência é muito mais reflexo do crescimento sustentado do crédito do que de um descontrole de gastos. Ele informa que dados do Banco Central mostram um aumento de 284% no volume de crédito concedido para pessoa física. "Os financiamentos que somavam R$ 4,9 bilhões em janeiro do ano passado, hoje são de R$ 18 bilhões", diz. Na Serveloj que administra as carteiras de quatro instituições financeiras, a inadimplência relativa (descontado os acertos de dívidas) é 10% menor do que em janeiro passado. Na Lojas Cem as vendas estão 40% acima de janeiro passado, mas a inadimplência está estável.

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