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Vendas a prazo sobem 1,81% em janeiro, o menor ritmo para o mês desde 2012

Segundo economista do SPC, o início de ano é marcado pela diminuição da renda dos trabalhadores, em virtude do pagamento de impostos e de parcelas das compras de Natal

Por Álvaro Campos
Atualização:

As vendas a prazo tiveram alta anual de apenas 1,81% em janeiro, o menor ritmo para o mês desde o início da série histórica revisada, em 2012, segundo dados divulgados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Em janeiro de 2014, as vendas haviam subido 5,07%. Já em relação a dezembro do ano passado, sem ajuste sazonal, as vendas a prazo caíram 28,85%.

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"Embora este crescimento na comparação anual seja o segundo maior observado nos últimos 12 meses, a recuperação do ritmo de vendas parceladas ainda não se configura uma tendência, uma vez que a economia brasileira segue em desaceleração, com efeitos negativos sobre o emprego, a renda do consumidor e o apetite ao consumo do brasileiro", diz o SPC em comunicado.

Segundo a economista-chefe da empresa, Marcela Kawauti, como dezembro é um mês de forte atividade comercial em razão das festas de final de ano e da injeção de dinheiro na economia, é natural que as vendas apresentem quedas bruscas no mês de janeiro. "O início de ano é sempre marcado pela diminuição da renda disponível dos trabalhadores, em virtude dos compromissos com impostos e do pagamento de parcelas das compras de Natal. Além disso, o início de 2015 ainda contou com uma forte concentração de aumento nas tarifas de serviços públicos, a exemplo do transporte urbano", explica.

Compras a prazo subiram 1,8% em janeiro, o menor ritmo para o mês desde 2012. Início deano com impostos e parcelas de compras do natal influenciaram movimento Foto: Alex Silva-Estadão

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, as vendas a prazo no varejo devem encontrar um cenário ainda difícil neste ano, em função do baixo crescimento da massa salarial, da alta dos juros e da dificuldade que o País enfrenta para gerar novos postos de trabalho. "O custo para comprar a prazo aumentou ao mesmo tempo em que o poder de compra do salário dos consumidores está crescendo menos. Desse modo, o apetite para contrair novas dívidas está em desaceleração, uma vez que seus gastos e pendências já atingiram o limite do comprometimento da renda", afirma.

Após encerrar o ano de 2014 com queda acumulada de 0,3% no volume de vendas a prazo, a expectativa dos lojistas é de que o setor feche 2015 com leve expansão positiva de 0,5%, impulsionado, sobretudo, pela recuperação do movimento no segundo semestre deste ano. O indicador tem abrangência nacional e é construído a partir do volume de consultas mensais realizadas por estabelecimentos comerciais à base de dados do SPC Brasil. 

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