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Vendas da Usiminas têm pior desempenho no 4º tri em 5 anos

Afetada pela crise, siderúrgica divulgou os dados que apontam uma queda de 26% na comercialização

Por Raquel Massote e da Agência Estado
Atualização:

Os resultados das vendas líquidas da Usiminas no quarto trimestre de 2008 são os piores já apresentados, se forem observados os dados dos últimos cinco anos neste mesmo intervalo. Nesta quinta-feira, 19, a siderúrgica divulgou os dados que apontam uma queda de 26% na comercialização no último trimestre do ano passado, na comparação com o mesmo período do ano anterior, para 1,46 milhão de toneladas. Desde o quarto trimestre de 2004, quando atingiu a marca de 2,17 milhões de toneladas vendidas, a siderúrgica vem apresentando volume de vendas no patamar de 2 milhões de toneladas. Veja também: BB aposta em crédito na crise e tem lucro recorde Entenda o novo plano dos EUA para resgatar bancos De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise Em 2008, a Usiminas começou a ser afetada pela crise financeira internacional a partir de outubro, quando as linhas de crédito minguaram, trazendo um impacto direto sobre as vendas de bens duráveis. Um dos segmentos imediatamente afetados foi o automobilístico e de autopeças, principal cliente da siderúrgica. No caso de outros setores, empresas anunciaram a postergação ou cancelamento dos programas de investimentos, com o objetivo de avaliar a recuperação da economia brasileira. As vendas físicas totais da Usiminas sofreram uma queda de 26% no quarto trimestre de 2008, na comparação com o mesmo período do ano anterior e atingiram 1,46 milhão de toneladas, de acordo com os resultados divulgados há pouco pela siderúrgica. O mercado interno absorveu 78% das vendas físicas registradas no período, ou o equivalente a 1,1 milhão de toneladas. Este total ficou 29% abaixo do volume comercializado no quarto trimestre de 2007. No ano passado, as vendas para o mercado interno totalizaram 5,9 milhões de toneladas, 3% inferior quando comparado ao volume de 2007. Ao final de 2008, as vendas totais da Usiminas atingiram um volume de 7,2 milhões de toneladas, o que representou uma redução de 10% em comparação com os volumes comercializados em 2007. A representatividade das vendas no mercado interno alcançou 83% do total no ano, superior aos 77% do ano anterior. De acordo com a companhia, a retração é resultado da forte redução da demanda verificada no quarto trimestre, especialmente nos setores automobilístico, equipamentos eletrônicos, utilidades domésticas, tubos de pequeno diâmetro e distribuição. Diante deste cenário, a siderúrgica decidiu antecipar os trabalhos de manutenção, que iriam ocorrer ao longo de 2009, dos altos fornos nº 1 e o nº 2, na Usina de Ipatinga (MG). Essa medida deverá implicar em uma redução de produção da ordem de 400 mil toneladas de aço bruto no período de paralisação. As perspectivas são de que os fornos voltem à operação a partir da retomada da demanda. A Usiminas, entretanto, manteve a liderança no fornecimento de aços planos, com participação de 49% no mercado interno em 2008, destacando-se as participações nos setores automobilístico, autopeças, de máquinas agrícolas e rodoviárias, equipamentos industriais, eletroeletrônicos e tubos de grande diâmetro, tradicionais focos de atuação da empresa. Por sua vez, as exportações totalizaram 315 mil toneladas no quarto trimestre do ano passado, volume 17% inferior ao do mesmo período de 2007. As vendas externas corresponderam a 17% das vendas totais da Usiminas em 2008, equivalente a 1,2 milhão de toneladas, 35% menores do que no ano anterior. A redução, segundo a Usiminas, se explica pela estratégia da empresa em garantir o atendimento ao mercado interno e a retração das exportações no quarto trimestre. O principal destino das exportações no ano foi a Argentina, com 17%, ao passo que os Estados Unidos responderam por 13%, a Espanha por 12% e o México por 10%.

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