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Vendas de adubos crescem 8%

Por Agencia Estado
Atualização:

Na esteira do sucesso da agricultura, a indústria de fertilizantes deve fechar 2003 com um crescimento de 8% no volume vendido aos produtores. O consumo em todo território nacional deve atingir cerca de 18 milhões de toneladas, estima Mário Barbosa, presidente da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). O crescimento no volume vem acompanhado de um estreitamento nas margens da indústria de fertilizantes, observa Barbosa. O faturamento global do setor deve atingir US$ 3 bilhões este ano, apenas 3,5% acima dos US$ 2,9 bilhões de 2001. "As margens se estreitaram por causa da desvalorização do real", afirma Barbosa, explicando que não houve possibilidade de repassar integralmente a desvalorização do real ao mercado interno. Há ainda outro motivo para que o consumo de fertilizantes ter crescido muito mais do que o faturamento bruto da indústria em moeda forte. "O Brasil importa 55% da matéria-prima para adubos e houve uma queda de preços este ano no mercado internacional", explica. Barbosa afirma que a incerteza em relação à economia brasileira ainda impede uma projeção mais clara sobre o desempenho do setor em 2003. "Mas tudo indica que será positivo com a agricultura garantindo o superávit na balança comercial, como este ano", avalia. Uma das questões mais perturbadoras para o setor é o enxugamento das linhas de crédito comerciais para importação de matérias-primas. "Em todo caso, isso não vai alterar muito a situação para o produtor porque a maioria das vendas é feita com pagamento em 45 dias", diz o executivo. "Já vai longe o tempo em que a indústria de fertilizantes fazia financiamentos mais longos." Barbosa observa que as projeções são otimistas para as três culturas que respondem por 75% da demanda por adubos - soja milho e cana-de-açúcar. Como são cotados em dólar, esses produtos não sofreram com a alta dos preços dos fertilizantes provocadas pela desvalorização cambial. "Ao contrário, 2002 foi um ano muito positivo e as perspectivas são muito boas em 2003, particularmente para a soja e o milho", afirma. Os produtos agrícolas que se destinam ao mercado interno como o feijão e o arroz, podem ter uma redução de demanda por fertilizantes. "No caso do arroz, esta tendência só não foi mais significativa este ano porque o agricultor antecipou as compras de fertilizantes para o primeiro semestre, já prevendo que o câmbio poderia subir", diz.

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