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Vendas de veículos persistem fracas

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Por Redação
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Depois de um ano difícil para o mercado de veículos, como foi 2014, janeiro antecipa que 2015 não será melhor. A venda no mês passado, de apenas 253,8 mil veículos - entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus -, apurada pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e pela associação das montadoras (Anfavea), representa uma redução de 18,8% na comparação com os resultados de janeiro de 2014 e de 31,4% em relação a dezembro. A retirada do benefício fiscal do IPI em janeiro poderia explicar o recuo, mas é uma explicação parcial, pois a maioria das revendedoras dispunha de estoques da linha 2014, ainda com a isenção tributária. Além do mais, segundo reportagem de Cleide Silva, no Estado, cerca de 211 mil veículos, dos 351 mil que estavam em estoque no fim do ano, não tiveram os valores do IPI repassados para o preço final. Entre os principais fatores que justificam o recuo das vendas estão a estagnação econômica, o orçamento apertado das famílias no início do ano e os juros elevados, que tornam mais difícil encaixar a prestação da compra do veículo na renda familiar. As dificuldades não foram eliminadas. As facilidades oferecidas pelas revendedoras para atrair consumidores foram insuficientes. O comprador hesita antes de assumir nova dívida, disse o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr. A recuperação das vendas de veículos em dezembro reduziu o potencial de crescimento no primeiro trimestre de 2015. Mesmo assim, Rodrigo Fernandes, do Banco UBS, considerou os números de janeiro "surpreendentemente negativos" e previu queda de vendas de 3% no ano, segundo o jornal Valor. Sem demanda, as fábricas cortam a produção (que caiu 14,9% nos últimos 12 meses), para não acumular estoques, empurrando para baixo a indústria manufatureira (entre 2013 e 2014, a produção industrial diminuiu 3,2%, segundo o IBGE). O resultado é a extensão dos períodos de folga, como a MAN Latin America negocia com os trabalhadores, e a abertura de planos de demissão voluntária, como o da Renault. A GM vai parar a produção da fábrica de São Caetano do Sul na semana do carnaval. As montadoras cortaram 15 mil vagas nos últimos 15 meses, período em que o emprego caiu sem interrupção. Poucas montadoras deverão preservar integralmente os planos de investimento, em geral definidos por suas matrizes no exterior.

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