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Vendas do comércio recuam e têm maior queda para maio desde 2001

De acordo com o IBGE, o setor sofreu retração de 9% em comparação ao mesmo mês em 2015; ante abril deste ano, maio apresentou baixa de 1%

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:
O itemMóveis e eletrodomésticos (-1,3%) foi um dos destaques para os recuos Foto: Estadão

RIO - As vendas do comércio varejista caíram 1% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta terça-feira, 12, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com maio de 2015, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 9% em maio de 2016. Tal queda foi o pior resultado para o mês desde 2001, quando tem início a série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio. Todos os segmentos do varejo tiveram recuo na comparação anual.

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As vendas do varejo restrito - que não considera a venda de material de construção e de veículos - acumulam retração de 7,3% no ano e recuo de 6,5% em 12 meses.

"Os números do comércio estão reagindo a esse enfraquecimento do mercado de trabalho, principalmente", afirmou Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

Embora a inflação e o encarecimento do crédito também afetem diretamente alguns setores importantes, a renda do trabalho e a perspectiva de manutenção do emprego são determinantes para a decisão de consumo das famílias, lembrou a pesquisadora. "As vendas do varejo refletem o consumo das famílias, que dependem de crédito e renda. A gente não tem nenhum reflexo de melhora que possa ter sido captada pelos índices de confiança, porque o mercado de trabalho ainda não se recuperou", avaliou.

Dia das Mães. O Dia das Mães, uma das datas mais importantes para o comércio varejista, não impulsionou as vendas este ano. "O Dia das Mães provavelmente foi o mais fraco ao longo da série ", avaliou Isabella.

"O segmento de vestuário e calçados ainda é o mais beneficiado pelo Dia das Mães. Ele reage mais, mostra crescimento", apontou. As vendas do segmento de tecidos, vestuário e calçados cresceram 1,5% em maio ante abril. No entanto, outros dois setores que costumam se beneficiar com a data registraram queda: móveis e eletrodomésticos caíram 1,3%; enquanto outros artigos de uso pessoal e doméstico - que inclui as lojas de departamento - diminuíram 2,4%. As duas atividades foram as principais responsáveis pela queda no comércio varejista como um todo no mês.

As demais quedas na passagem de abril para maio foram registrada em Combustíveis e lubrificantes (-0,4%), artigos farmacêuticos (-0,8%), livros e revistas (-2,7%), e equipamentos de escritório, informática e comunicação (-2,0%). As vendas do setor de supermercados - o de maior peso dentro do varejo - ficaram estagnadas (0,0%)

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Quanto ao varejo ampliado, as vendas caíram 0,4% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. Na comparação com maio de 2015, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 10,2% em maio de 2016. 

Até maio, as vendas do comércio varejista ampliado acumulam queda de 9,5% no ano e recuo de 9,7% e 12 meses. Nesse setor, o recuo de 10,2% no volume vendido foi o segundo mais negativo da série histórica, atrás apenas da taxa de -10,4% registrada em maio do ano passado.

"Mas as vendas recuam 10,2% em cima de uma base já bastante baixa, de queda de 10,4%", lembrou Isabella Nunes, gerente na Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

Revisão. O IBGE revisou o resultado das vendas no varejo em abril ante março, que passou de alta de 0,5% para 0,3%. O resultado do varejo ampliado (que inclui veículos e material de construção) também foi revisto para o período, saindo de -1,4% para -1,5%.

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