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Vendas do comércio varejista caem 1,29% em 2001

Por Agencia Estado
Atualização:

O volume de vendas do comércio varejista brasileiro registrou queda de 1,29% em 2001 em relação a 2000, segundo os dados divulgados hoje na pesquisa mensal do comércio do IBGE. Nem mesmo as vendas de Natal foram suficientes para reverter a tendência de queda nas vendas do comércio varejista que, em dezembro, caíram 2,42% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Apesar da queda nas vendas, houve aumento da receita nominal do setor, que cresceu 4,12% em dezembro e 5,10% no acumulado do ano. O desempenho do comércio varejista no ano passado foi um pouco melhor no primeiro semestre (queda de 0,92% nas vendas ante igual período do ano anterior) do que no segundo semestre (-1,98%). O técnico do Departamento de Comércio do IBGE, Nilo Lopes, explicou que o primeiro trimestre do ano foi mais favorável para o varejo, melhorando o resultado semestral. No restante do ano, o setor sofreu os efeitos da alta dos juros (cujo impacto é imediato no comércio), do dólar e do racionamento energético. Ele lembrou também que a própria incerteza no ambiente macroeconômico mundial no ano passado retraiu os consumidores, que preferiram não efetuar compras a prazo. "O comércio acabou pagando o preço de um quadro conjuntural desfavorável ao longo de 2001", disse Lopes. Vestuário O segmento de tecidos, vestuário e calçados registrou crescimento acumulado de 1,64% nas vendas no ano passado, ante 2000. Segundo Nilo Lopes, o comércio do setor foi beneficiado pela retração das vendas de eletrodomésticos, já que muitos consumidores optaram pela aquisição de roupas e calçados nas datas comemorativas, fugindo do racionamento e dos juros nas compras a prazo. Mesmo em dezembro, quando todos os segmentos analisados na Pesquisa Mensal de Comércio apresentaram resultados negativos, as vendas de tecidos, vestuário e calçados cresceram 1,22% sobre igual mês de 2000. Móveis e eletrodomésticos O racionamento energético e a alta dos juros derrubaram as vendas do segmento de móveis e eletrodomésticos no varejo. No acumulado do ano as vendas do setor registraram retração de 1,38% ante 2000, superior às do comércio em geral (-1,29%). Todos os resultados mensais do segmento foram negativos a partir de maio (-0,25%), com o anúncio das primeiras medidas de racionamento. A queda foi ampliada em junho (-3,52%), chegando a -6,71% em novembro e desacelerando um pouco para -4,45% em dezembro. Os crescimentos registrados nas vendas do segmento em janeiro (11,09%) e em março (10,65%) asseguraram uma expansão acumulada de 3,25% no primeiro semestre, com reversão para -5,12% no acumulado dos últimos seis meses do ano. Supermercados O comércio de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo conseguiu superar os problemas conjunturais que abalaram o desempenho do varejo no ano passado e registrou expansão acumulada de 1,01% nas vendas. O técnico do Departamento de Comércio do IBGE, Nilo Lopes, lembrou que esse segmento sofre menores impactos de fatores como juros e racionamento porque comercializa produtos básicos, cujo consumo costuma ser mantido pela população mesmo em situação de crise. Apesar da expansão acumulada, houve desaceleração no crescimento do setor no decorrer do ano, com aumento de 1,93% no primeiro semestre e de 0,16% no segundo semestre. O segmento registrou também queda nas vendas (-1,59%) em dezembro ante mesmo mês de 2000, mas Lopes disse que "provavelmente" o desempenho negativo é resultado de base de comparação elevada. A certeza quanto a essa hipótese não é possível porque a pesquisa do varejo em nível nacional só começou a ser realizada neste ano pelo IBGE.

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