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Vendas do varejo têm alta de 1,4% em maio, no 2º mês seguido de crescimento

Com revisão do resultado de abril, que passou de aumento de 1,8% para 4,9%, o comércio varejista acumula avanço de 6,8% este ano e está acima do patamar pré-pandemia

Por Daniela Amorim (Broadcast) e Guilherme Bianchini
Atualização:

RIO e SÃO PAULO - O comércio varejista mostrou fôlego em maio, com avanço de 1,4% nas vendas, após já ter crescido consideravelmente no mês anterior, mostrou a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada nesta quarta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma revisão nas informações de abril mostrou ainda que o volume vendido teve expansão de 4,9% em relação a março, em vez dos 1,8% divulgados anteriormente.

A reabertura de atividades econômicas que foram fechadas pela segunda onda da pandemia de covid-19, as compras para o Dia das Mães, o crescimento do comércio eletrônico e a adoção de uma estratégia de promoções em alguns setores varejistas impulsionaram o desempenho do varejo em maio e abril, justificou Cristiano Santos, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. Para o pesquisador, o varejo mostra uma retomada após a segunda onda de covid-19, que também teve medidas de restrições mais brandas que no início da pandemia.

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“Você tem retomada das atividades em lojas físicas e isso se reflete nas empresas. O impacto da segunda onda foi distinto nas diferentes regiões do País, com fechamento de estabelecimentos em momentos diferentes. O fechamento também foi mais brando, fecharam menos tempo talvez, teve muito fechamento parcial”, justificou Santos.

A economista Lisandra Barbero, do Banco Original, aposta em resultados bastante positivos para o varejo na sequência do ano. Além da reabertura econômica e do avanço da vacinação contra a covid-19, a economista cita a poupança circunstancial de 2020, ainda não consumida na totalidade, e a manutenção de estímulos como o auxílio emergencial e incentivos creditícios. “Ainda tem muito dinheiro para ser gasto”, afirmou Lisandra.

Em maio ante abril, houve avanços em sete das oito atividades que integram o comércio varejista: tecidos, vestuário e calçados (16,8%), combustíveis (6,9%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,7%), livros e papelaria (1,4%), equipamentos e material para informática e comunicação (3,3%), hipermercados e supermercados (1,0%) e móveis e eletrodomésticos (0,6%). A única atividade com recuo foi a de artigos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos (-1,4%).

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, houve elevação de 3,8% no volume vendido em maio ante abril. As vendas de veículos subiram 1,0%, enquanto as de material de construção cresceram 5,0%.

Previsão da CNC é quevarejo tenhaalta de 4,5% nas vendas este ano, a maior taxa em nove anos, mas aumento é sobre uma base fraca. Foto: Alex Silva/Estadão - 27/4/2021

A recuperação no varejo é liderada pelos segmentos que mais sofreram em março e abril, como móveis e eletrodomésticos e tecidos e calçados, aponta o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Souza Leal.

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"O que mais perdeu em 12 meses foi livros e papelaria, com 31%. Estão sofrendo muito com as escolas fechadas, mas tendem a se recuperar no segundo semestre, com maior retorno das aulas presenciais", previu Leal. "Hipermercados também devem ter aumento no volume de vendas, com a inflação de alimentos desacelerando."

A melhora no desempenho do varejo na passagem de abril para maio fez o volume vendido ficar 3,9% acima do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia. No varejo ampliado, as vendas operam 1,6% acima do pré-pandemia. "Há recuperação gradual, ainda desigual, de todas as atividades", apontou Cristiano Santos, analista do IBGE.

Os segmentos de material de construção, artigos farmacêuticos, outros artigos de uso pessoal e doméstico, supermercados e móveis e eletrodomésticos estão operando acima do patamar pré-crise sanitária. Por outro lado, as vendas de veículos ainda estão abaixo do patamar pré-covid, assim como as de vestuário, livros e papelaria, combustíveis e equipamentos de informática.

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