PUBLICIDADE

Vendas em supermercados devem recuar 1,5% em 2003

Por Agencia Estado
Atualização:

O desempenho das vendas nos supermercados em outubro e as indicações de que em novembro o cenário não será muito diferente estão levando os empresários do setor a esperar uma queda no faturamento de 1,5% a 2% no fechamento do ano na comparação com 2002. É a segunda revisão que os supermercadistas fazem este ano com relação às vendas. Em janeiro, contavam com um acréscimo de 2%. Ao final do primeiro semestre, a projeção passou para o empate e agora voltou ser alterada, para baixo. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os supermercados não estão sentindo ainda os tênues sinais de recuperação do consumo apontado por alguns segmentos varejistas. O presidente da Abras, João Carlos de Oliveira, conta que a redução dos juros não afetou o negócio, mesmo com o aumento da compra de bens duráveis, pois dentro do universo do auto-serviço são poucas as lojas que trabalham com estes itens. "A queda de 2% não parece expressiva, mas considerando o faturamento de R$ 85 bilhões que os supermercados irão registrar este ano, o montante chega a R$ 1,7 milhão", disse. Até outubro, o setor acumula uma queda de 3,52% em relação ao ano passado. Somando-se o resultado de novembro, que de novo deve ser negativo, a variação pode chegar a 4%. O mês de dezembro provavelmente será positivo, como ocorre tradicionalmente, graças ao esforço promocional do varejo e o retorno dos produtos importados às gôndolas e com preços mais acessíveis. Mas, segundo Oliveira, não será suficiente para reverter o desempenho ruim do ano, embora represente 15% do movimento do ano. Ele avalia que, de qualquer forma, a elevação do consumo no último mês do ano será na verdade apenas uma bolha. A Abras espera uma efetiva reação das vendas só a partir do segundo semestre. A explicação é de que a recuperação começa pela indústria e demora um pouco para chegar ao varejo. "O ´timing´ não é o mesmo", disse. Até lá, os supermercados devem se sustentar nos eventos pontuais. Depois do Natal, as esperanças se voltam para a Páscoa, que é a segunda data mais importante para o setor.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.