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Vendas no comércio caem 1,23% em setembro

Por Agencia Estado
Atualização:

As vendas do comércio varejista caíram 1,23% em setembro ante igual mês do ano passado, após dois meses seguidos de crescimento. Houve queda também nos índices acumulados no ano (-0,23%) e nos últimos doze meses (-0,58%). Por outro lado, a elevação de preços manteve a receita nominal de venda positiva com crescimento de 6,32% ante setembro de 2001 e de 6,08% no acumulado do ano. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE. Hipermercados lideram queda A queda nas vendas do comércio em setembro (-1,23%) ante igual mês do ano passado foi puxada especialmente pelo grupo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com redução de 6,02%, segundo divulgou hoje o IBGE. O técnico do departamento de comércio do instituto, Nilo Lopes, disse que a queda nas vendas nesse grupo pode ter sido influenciada pelo aumento de preços. "Com os problemas na renda e no emprego e as incertezas na economia, qualquer aumento de preço restringe ainda mais a compra de produtos básicos", disse. Apesar da redução nas vendas, a receita nominal das vendas do grupo cresceu 2,71% em setembro, o que confirma o aumento de preços. Ele lembrou também que os produtos alimentícios vêm pressionando a inflação, sob impacto da alta do dólar. Combustíveis e lubrificantes são destaque O segmento de combustíveis e lubrificantes foi o destaque nas vendas do varejo em setembro, com aumento de 11,37% ante igual mês do ano anterior, segundo divulgou hoje o IBGE. O comércio em geral apresentou queda de 1,23% nas vendas no mês. O técnico do departamento de comércio do IBGE, Nilo Lopes, disse que o bom desempenho deve-se à estabilidade de preços - o último reajuste havia ocorrido em julho - e às eleições, que segundo ele sempre é responsável por aumento da frota de veículos em circulação no País. Os outros segmentos do comércio que apresentaram aumento nas vendas foram demais artigos de uso pessoal e doméstico (incluindo informática), com acréscimo de 1,93%; tecidos, vestuário e calçados (0,11%) e veículos, motos e partes (0,52%). Vendas de Natal devem ser inferiores a 2001 O técnico do departamento de comércio do IBGE, Nilo Lopes, disse que é "possível" que as vendas no Natal deste ano sejam inferiores as do ano passado. "O quadro é pior, de incertezas, o quadro político está indefinido em termos de projetos, o desemprego está alto e a renda em queda e, além disso, há reajustes de preços", disse. Sobre o desempenho das vendas do varejo ao longo deste ano, Lopes sublinhou que a tendência é de estabilidade, já que a vendas acumuladas nos últimos 12 meses cresceram 0,58%. Mas lembrou também que o setor vem apresentando uma trajetória de altos e baixos. "O comércio tem tido uma trajetória de sobe e desce nas vendas, reflexo da situação complicada do emprego, renda e juros. O consumidor compra num mês, mas restringe as compras no mês seguinte", afirmou.

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