O faturamento real do comércio varejista paulistano deve fechar o ano com um crescimento de 4,5% em relação a 2006, segundo a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), realizada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). O bom resultado, segundo a entidade, é reflexo da estabilidade da economia, da expansão da oferta de crédito e da manutenção da renda e do emprego. Dos nove setores pesquisados, apenas um apresentou queda na expectativa de faturamento do ano. A maior alta foi verificada no setor de material de construção, que deve encerrar o ano com avanço de 16%. As concessionárias de veículos, com 14%. As lojas de móveis e decorações devem ter um crescimento de 12% no faturamento este ano. No setor de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, o avanço deverá ser de 10%. Completam a lista as farmácias e perfumarias, com 9%, o setor de vestuário, tecidos e calçados (8%) e as lojas de departamentos (5%). Na outra ponta, as lojas de autopeças e acessórios e os supermercados devem fechar o ano com desempenho negativo, com um recuo de 19%, cada setor. O levantamento revelou também que as vendas do varejo no mês de outubro cresceram 6,2%, ante o mês mesmo do ano passado, a 19ª elevação consecutiva. Se os meses de novembro e dezembro confirmarem as previsões da entidade, o setor completará um ciclo de 21 meses de taxas positivas contínuas. Dentre os setores pesquisados, dois registraram queda no mês de outubro ante o mesmo mês de 2006: lojas de autopeças e acessórios (-18,3%) e lojas de departamento (-4,1%). O maior crescimento foi verificado no setor de material de construção, com alta de 20,9%. Em seguida aparecem as lojas de móveis e decorações (14,1%), as concessionárias de veículos (13,2%), setor de vestuário, tecidos e calçados (11,9%), supermercados (10%), farmácias e perfumarias (6,4%) e o setor de eletrodomésticos e eletroeletrônicos (3,5%). Segundo a Fecomercio-SP, no acumulado do ano até outubro, o varejo da região metropolitana de São Paulo acumula crescimento de 4,2%. Apenas os setores de supermercados e autopeças e acessórios registram queda no acumulado de janeiro a outubro: 2,5% e 21,6%, respectivamente. Os demais apresentaram desempenho positivo no período. Para o Natal, a expectativa da Fecomercio-SP é que as vendas deverão crescer entre 5% e 6%, ante os resultados de 2006. A entidade destaca os setores de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que devem comemorar o Natal deste ano com um acréscimo de 19% nas vendas, em relação ao mesmo período do ano passado. 2008 A Fecomercio-SP continua com expectativas positivas para o faturamento real do comércio varejista paulistano em 2008, porém mais modestas. A pesquisa mostrou que o setor crescerá entre 2% e 3%. Entre os fatores que possivelmente impedirão ter um crescimento como o visto neste ano estão os reflexos da recente crise do setor imobiliário americano, que pode estimular uma política monetária mais conservadora do que a atual, mantendo os juros elevados; e a tendência do aumento da inflação brasileira, o que impactaria no nível de consumo. A PCCV é apurada mensalmente pela Fecomércio desde 1970. Os dados são coletados com cerca de 1.800 estabelecimentos comerciais na região metropolitana de São Paulo.