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Vendas no varejo dos EUA aumentam por setor automotivo

Por LUCIA MUTIKANI
Atualização:

As vendas no varejo norte-americano cresceram mais que o esperado no mês passado, à medida que as compras de automóveis se recuperaram de uma profunda queda. Mas o desempenho fora do setor automobilístico registrou apenas leve alta, sugerindo que os consumidores continuam cautelosos. Outro relatório divulgado nesta segunda-feira mostrou que a atividade manufatureira do Estado de Nova York desacelerou em novembro pela primeira vez em quatro meses, ressaltando ainda mais a natureza irregular da recuperação econômica depois da pior recessão em 70 anos. O Departamento de Comércio informou que as vendas totais no varejo aumentaram 1,4 por cento no mês passado, após caírem 2,3 por cento em setembro. Excluindo o segmento de automóveis, as vendas subiram apenas 0,2 por cento, depois de crescerem 0,4 por cento no mês anterior. Os mercados financeiros haviam previsto alta de 1 por cento nas vendas no mês passado, ante queda divulgada inicialmente de 1,5 por cento no mês anterior. "Acho que estamos nos movendo na direção certa, mas não numa linha ascendente reta. Até que vejamos os dados sobre emprego melhores que o esperado, o consumidor continuará mantendo a carteira um pouco mais apertada e economizará", disse Sean Simko, gerente de renda fixa da SEI, em Oaks, Pensilvânia. O Federal Reserve de Nova York afirmou que o índice de atividade manufatureira do Estado recuou a 23,51 pontos em novembro, ante 34,57 em outubro, que era o maior nível em cinco anos. O segmento desacelerou por conta de uma queda nas novas encomendas, enquanto o componente de desemprego caiu fortemente. As vendas no varejo em outubro foram impulsionadas por um salto nas vendas de veículos novos e autopeças, que avançaram 7,4 por cento. As vendas de automóveis haviam despencado 14,3 por cento no mês anterior, após o fim do programa governamental que procurou incentivar a troca de carros antigos por modelos mais novos e mais eficientes. Anteriormente, o governo informou que as vendas de automóveis haviam recuado 10,4 por cento em setembro. DESEMPREGO AINDA É PREOCUPANTE Com os estímulos do governo por trás do crescimento de 3,5 por cento da economia norte-americana no terceiro trimestre, há temores de que o aumento do desemprego continue pesando sobre os gastos dos consumidores e breque a recuperação. O crescimento da economia entre julho e setembro ocorreu após quatro trimestres seguidos de declínio e provavelmente encerrou a mais dolorosa recessão nos EUA desde a década de 1930. Mesmo sem a força das vendas no setor automotivo, há sinais de que os gastos dos consumidores, que respondem por cerca de 70 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, continuaram crescendo em outubro, embora em ritmo lento. Houve notícias positivas para a recuperação econômica, com um segundo relatório do Departamento de Comércio mostrando que os estoques caíram 0,4 por cento em setembro, para 1,3 bilhão de dólares, menor nível desde novembro de 2005. Analistas haviam previsto recuo de 0,7 por cento, depois da baixa de 1,6 por cento em agosto. A desaceleração na liquidação dos estoques contribuiu com quase 1 ponto percentual para a taxa de crescimento econômico no terceiro trimestre. Analistas esperam que a continuação desse movimento dê suporte à expansão da economia nos próximos trimestres. As vendas empresariais caíram 0,3 por cento em setembro, após alta de 1,1 por cento em agosto. Isso deixou a relação de venda dos estoques, que mede quanto tempo leva para limpar as prateleiras no atual ritmo de vendas, em 1,32 mês, inalterado ante agosto. A demanda ainda fraca por materiais de construção fez a Lowe's Cos Inc, segunda maior rede de materiais de construção e reforma dos EUA, reportar queda de 30 por cento no lucro trimestral de julho a setembro, à medida que os consumidores abriram mão de grandes reformas diante da recuperação ainda lenta do mercado imobiliário do país. (Colaborou Richard Leong em Nova York)

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