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Vendas no varejo e preços ao produtor nos EUA oferecem sinais de cautela

Por JASON LANGE
Atualização:

As vendas no varejo dos Estados Unidos caíram em setembro e os preços pagos por empresas também recuaram, em sinais preocupantes de que a demanda do consumidor pode estar enfraquecendo enquanto a inflação não consegue ganhar força. Os dois relatórios divulgados nesta quarta-feira podem aprofundar preocupações no Federal Reserve, banco central dos EUA, sobre a capacidade da economia de absorver elevações da taxa de juros programadas para começar na metade do ano que vem. O Departamento do Comércio informou nesta quarta-feira que as vendas totais no varejo recuaram 0,3 por cento no mês. Analistas esperavam uma queda, já que a produção automotiva tem desacelerado e os preços do petróleo caído fortemente nos últimos meses por sinais de desaceleração do crescimento econômico global. O fator que mais surpreendeu foi a queda do chamado núcleo de vendas, que desconsidera automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços alimentares, e corresponde de maneira mais próxima ao componente de consumo do Produto Interno Bruto (PIB). Economistas consultados pela Reuters esperavam que alta dessa categoria, mas houve queda de 0,2 por cento em setembro. "Os consumidores ficaram mais cautelosos", disse o economista do Morgan Stanley Ted Wieseman. Os contratos futuros de ações norte-americanas caíram após a divulgação dos números, ampliando quedas anteriores causadas por preocupações sobre a economia global. Os rendimentos da dívida do governo dos EUA tiveram forte queda, um sinal de que investidores podem estar apostando que o Fed adiará as elevações dos juros. O Fed tem mantido os juros perto de zero desde 2008 para incentivar o crescimento do emprego, encorajando empresas e consumidores a tomarem mais empréstimos. Separadamente, o Departamento do Trabalho informou que os preços recebidos por produtores dos EUA recuaram 0,1 por cento em setembro, a primeira queda em mais de um ano. Os preços ao produtor subiram 1,6 por cento no ano até setembro, a menor leitura anual em seis meses. Desconsiderando os preços voláteis de alimento, energia e serviços comerciais, os preços ao produtor caíram 0,1 por cento. O chamado núcleo da inflação ao produtor ficou em 1,7 em setembro na comparação anual. Em outro relatório publicado nesta quarta-feira, o Departamento do Comércio informou que os estoques empresariais nos EUA cresceram 0,2 por cento, a menor expansão desde junho de 2013. Economistas consultados pela Reuters estimavam que os estoques, componentes importantes de mudanças do PIB, teriam expansão de 0,4 por cento.

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