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Vendas no varejo na zona do euro voltam a cair em março

Por JAN STRU
Atualização:

As vendas do varejo na zona do euro ficaram bem abaixo do esperado em março, caindo tanto em termos mensais quanto anuais e renovando as preocupações sobre o desaquecimento econômico. As vendas do varejo, uma indicação da demanda do consumo nos 15 países que adotam o euro, caíram 0,4 por cento na comparação mensal e 1,6 por cento na comparação anual, afirmou o instituto de estatísticas da União Européia. Economistas consultados pela Reuters esperavam uma aumento de 0,2 no mês e 0,6 por cento de queda no acumulado anual. "As atuais vendas baixas no varejo em março somam-se aos temores sobre a perspectiva de crescimento na zona do euro", afirmou Howard Archer, economista na Global Insight. "A segunda queda consecutiva mensal nas vendas do varejo em março mantém o ceticismo de que o consumidor irá ajudar significativamente a economia na zona do euro nos próximos meses", apontou. Archer afirmou que, apesar das melhoras no mercado de trabalho e maiores ajustes de salários em alguns países, mais notadamente na Alemanha, os consumidores da zona do euro estão claramente relutantes ou incapazes de aumentar os gastos diante da elevada inflação e condições mais apertadas de crédito. Na semana passada, a Comissão Européia mostrou que a confiança do consumidor atingiu seu nível mais baixo desde novembro de 2005 nos primeiros quatro meses de 2008, e que os consumidores tinham menos apetite para grandes compras. As vendas caíram em todos os países na zona do euro na comparação mensal. Em termos anuais, somente a Áustria e a Finlândia tiveram crescimento, segundo os dados apresentados. Economistas têm apontado que a crescente inflação, alimentada principalmente pela alta nos preços de energia e alimentos, está reduzindo a renda disponível e, consequentemente, a demanda como um todo. A inflação na região atingiu o recorde de 3,6 por cento em março na comparação anual. Essa situação ilustra o dilema dos juros no Banco Central Europeu, à medida em que o BCE tentar reduzir a inflação para sua meta abaixo de 2 por cento em meio ao desaquecimento econômico na região.

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