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Vendas no varejo recuam 1,3% em setembro ante agosto

Resultado negativo mensal é o pior da série histórica do IBGE, iniciada em 2000

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - As vendas do comércio varejista caíram 1,3% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, informou nesta terça-feira, 13, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda mensal é a pior para o período desde o início da série histórica, em 2000.

O resultado veio no piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 1,30% a avanço de 2,10%, com mediana negativa de 0,15%.

Vendas no varejo tiveram queda mensal de 1,3% em setembro ante o mês de agosto, apontou o IBGE. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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Na comparação com setembro de 2017, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 0,1% em setembro de 2018, perto do piso das estimativas. Nesse confronto, as projeções iam de uma estabilidade (0%) a uma expansão de 3,50%, com mediana positiva de 1,55%.

As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 2,3% no ano. No acumulado em 12 meses, houve avanço de 2,8%.

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 1,5% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal. O resultado também veio no piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde um recuo de 1,50% a alta de 1,0%, com mediana negativa de 0,50%.

Na comparação com setembro de 2017, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram alta de 2,2% em setembro de 2018, abaixo da mediana das projeções. Nesse confronto, as projeções variavam desde um aumento de 1,6% a 4,9%, com mediana positiva de 3,10%.

As vendas do comércio varejista ampliado acumularam alta de 5,2% no ano. Em 12 meses, o resultado foi de avanço de 5,8%.

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Seis das oito atividades do varejo tiveram queda

Seis entre as oito atividades do varejo registram perdas em setembro ante agosto, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados pelo IBGE. O recuo de 1,3% no volume de vendas do comércio varejista no período foi puxado pelos setores de Combustíveis e lubrificantes (-2,0%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,2%), e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%).

"Não há a menor dúvida, teve uma perda de ritmo no varejo em setembro", disse Isabella Nunes, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio.

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Segundo a pesquisadora, os aumentos nos preços dos combustíveis e dos alimentos detectados pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em setembro impactaram as vendas dos supermercados e dos postos de combustíveis. As duas atividades respondem juntas por 62,4% do varejo. "Essas são as duas principais atividades com pressão maior de inflação", lembrou Isabella.

As demais perdas ocorreram em Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,0%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,4%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,2%).

Na direção oposta, houve crescimento em Móveis e eletrodomésticos (2,0%) e Tecidos, vestuário e calçados (0,6%). "Isso guarda alguma relação com a melhora na taxa de juros. Embora esteja bastante distante de 2014, ela mantém o recuo", justificou Isabella Nunes.

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Quanto ao comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o volume de vendas caiu 1,5% em setembro ante agosto. As vendas de Veículos, motos, partes e peças tiveram ligeira queda de 0,1%, enquanto Material de construção teve redução de 1,7%.

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