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'Venezuela é possível obstáculo em negociação entre Mercosul e UE'

Chefe da diplomacia do bloco europeu para a América do Sul, Adrianus Koetsenruijter, disse ver com 'preocupação' a situação da Venezuela e da Bolívia, mas elogiou Argentina e Brasil

Por Fernando Nakagawa
Atualização:

MADRI - O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) para a América do Sul, Adrianus Koetsenruijter, disse ver com "preocupação" a situação da Venezuela e da Bolívia e reconheceu que Caracas pode se tornar "um possível obstáculo" à negociação para o acordo comercial entre o Mercosul e a UE. Por outro lado, o diplomata usou tom elogioso para a Argentina e mostrou otimismo com o Brasil.

"A situação na Venezuela está difícil. Vemos como um possível obstáculo para essa negociação (com Mercosul)", disse o diplomata europeu. O diplomata reconheceu que há preocupação com o tema em Bruxelas, mas nada "alarmante". "A crise forte da Venezuela provavelmente não vai durar anos", disse. "Tomara que eles encontrem uma maneira de avançar com o apoio dos sócios do mundo", completou. O diplomata também elogiou a mudança do tratamento dispensado por Brasília a Caracas - fato classificado por Koetsenruijter como "uma posição crítica, mas positiva" do Brasil.

Para o diplomata, o modelo de governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro perde terreno por não ter êxito Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins

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Outro motivo de preocupação citado pelo diplomata europeu é a Bolívia. "Há países associados como a Bolívia, que está quase dentro do Mercosul, que mostra antipatia pelo comércio exterior. Esses são elementos que são preocupantes", disse o diplomata. Sobre La Paz, no entanto, Koetsenruijter ponderou se tratar de "um país pequeno" e que pode haver mudança da opinião do governo sobre o tema em eventual futuro governo. "O modelo de Maduro (Nicolás Maduro, presidente da Venezuela) e Morales (Evo Morales, presidente da Bolívia) perde terreno por não ter êxito", disse o diplomata.

Por outro lado, Koetsenruijter usou termos elogiosos ao Brasil e Argentina. Ainda que reconheça a difícil situação política brasileira, ele disse que a perspectiva para o País é positiva. "O Brasil continua com uma situação complicada, mas pensamos que, após anos de crescimento negativo, há justamente a busca de uma tendência contrária", disse. "Maurício Macri esteve em Bruxelas. Ele foi o primeiro presidente argentino a visitar a União Europeia desde Carlos Menem. Que isso continue", disse. 

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