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Venezuela impõe cotação fixa para o dólar

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, impôs uma série de controles sobre o mercado de câmbio, em uma tentativa de preservar as reservas internacionais e aliviar o impacto econômico da greve de dois meses que tentou tirá-lo do poder. Chávez informou que as transações oficias de câmbio, que ficaram suspensas por duas semanas, serão retomadas com um taxa fixa para o bolívar, que será cotado inicialmente a 1.596 unidades por dólar para compra pelo Banco Central e 1.600 unidades por dólar para venda. A última cotação oficial do bolívar foi de 1.853 unidades por dólar, fixada em 22 de janeiro, quando o governo suspendeu as transações. Após essa data, o bolívar seguiu negociado no mercado secundário e chegou a ser cotado a 2.500 por dólar. A cotação fixada será alterada de tempos em tempos, assim que o Banco Central detectar a necessidade de mudá-la. Chávez designou cinco pessoas para formarem a Comissão de Administração da Moeda, criada com o objetivo de supervisionar o novo sistema cambial. Outras medidas anunciadas por Chávez são a suspensão dos negócios com os bônus Brady no mercado local e o controle dos preços de produtos básicos. "Hoje, nós chegamos a uma decisão ideal para a economia. É uma medida positiva que estamos tomando para defender a soberania econômica", disse Chávez, ontem à noite, em entrevista transmitida pela televisão. O presidente venezuelano disse que o novo mecanismo de câmbio priorizará os pagamentos de dívidas externas e de importações de produtos básicos. As companhias estrangeiras devem comunicar ao governo sobre a repatriação de lucros. O BC vai supervisionar as transações cambiais no mercado interno, mas a nova Comissão de Administração vai controlar quem recebe pagamentos em dólares. Chávez repetiu as ameaças de que limitará o acesso a dólares a opositores que tentaram tirar do poder.

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