10 de outubro de 2014 | 17h19
"Nós recebemos instruções do presidente para pedir uma reunião extraordinária da Opep", disse Ramirez, que era ministro de Petróleo e presidente da petroleira estatal PDVSA até uma recente reforma ministerial realizada por Nicolas Maduro.
"Nós acreditamos que a Opep tem que coordenar algum tipo de ação para encerrar a queda no preço do petróleo, especialmente quando estamos convencidos de que isso não tem nada a ver com situações de mercado, mas com uma manipulação do preço para criar problemas para os grandes países produtores", disse Ramirez.
A próxima reunião regular da Opep está agendada para 27 de novembro, mas alguns membros já vêm falando sobre a necessidade de reduzir a produção para reerguer os preços, que caíram nos últimos dias ao menor patamar desde 2010.
Embora a Venezuela seja um dos membros fundadores da Opep, sua influência encolheu nos últimos anos, com uma produção enfraquecida e mostrando pouca disposição para unir-se a outros membros do grupo em cortes de produção.
A queda de preços ocorre em um mau momento para a Venezuela, cuja economia acredita-se estar em recessão, apesar de dados oficias fortes sobre o PIB, e que está sob pressão do vencimento de títulos de dívida este ano e no próximo.
"É um preço que não é bom para ninguém e há um significativo excedente de produção", disse Ramirez. "Nossa posição na Opep sempre tem sido de buscar estabilidade no mercado de petróleo. Não é bom para ninguém ter uma guerra de preços, que os preços caiam abaixo de 100 dólares por barril."
O barril do Brent fechou a 90,21 dólares nesta sexta-feira, na bolsa ICE Futures.
(Por Diego Ore e Efrain Otero)
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