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Venezuela prepara suas propostas para reunião da Opep

O país, fundador da organização, em 1960, defende a validade dos atuais preços do petróleo

Por Agencia Estado
Atualização:

A uma semana da Conferência da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), em Caracas, os anfitriões venezuelanos finalizam os detalhes de suas propostas para o cartel, principalmente em defesa de "um preço justo". O país, fundador da organização, em 1960, defende a validade dos atuais preços do petróleo. Enquanto isso, multiplica sua ajuda energética a países próximos com economias frágeis, duramente afetadas pela alta nos mercados. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, insistiu nas últimas semanas que "um preço de US$ 50 é justo", e despreza as críticas aos valores próximos de US$ 70 por barril (159 litros), com picos de US$ 75 no mês passado. Assessores do governante revelaram à EFE que a Venezuela "estuda alternativas" para propor à Opep na reunião de Caracas. Uma delas é de assumir coletivamente a "política energética solidária" do governo Chávez, beneficiando nações com menos recursos. Reduções nos preços internacionais e generosas condições e prazos de pagamento para os países mais pobres são parte da política. Os detratores de Chávez, dentro e fora da Venezuela, chamam a proposta de "chantagem petrolífera" para conseguir apoio internacional. Cúpula Chávez recebeu em 2000 a II Cúpula de presidentes da Opep. Na ocasião, os membros do cartel entraram em acordo para fortalecer o papel energético mundial da organização e recuperar a estabilidade do mercado. Na época, o preço do petróleo venezuelano chegou ao mínimo de US$ 7 o barril. Segundo uma minuta do programa da 141ª Conferência Ministerial de Caracas, os representantes dos 11 países membros debaterão a portas fechadas as cotas de produção de cada país a médio e longo prazo. A Opep decidiu na reunião de março manter sua produção total em 28 milhões de barris diários - um terço da oferta mundial. Mas o ministro venezuelano do setor, Rafael Ramírez, insinuou na segunda-feira que seu país poderia propor um corte. "Dado o nível de abastecimento, um corte de produção seria adequado", disse. Ele será o encarregado de anunciar na quinta-feira da próxima semana as decisões do Conclave. O "comportamento variável dos preços não obedece aos fundamentos do mercado. Não é um problema de produção", opinou Ramírez, que apontou como motivos principais das atuais oscilações "a especulação e os altos níveis de abastecimento". O ministro do quinto maior produtor mundial de petróleo, com 3,3 milhões de barris diários, citou a recente onda de explosões de oleodutos na Nigéria, que "pressiona o preço em alta", a invasão do Iraque, e o temor de uma agressão ao Irã. Mercado de papel e oferta real Analistas do setor também observam que, devido à especulação, o "mercado de papel" negocia diariamente cerca de 1 bilhão de barris. A oferta real, porém, não chega a 10% desse volume. A Opep considera que seus recentes relatórios sobre o crescimento da demanda mundial, assim como os da Agência Internacional da Energia (AIE) contribuíram para a queda das cotações. Esta semana houve uma nova alta. O motivo foi a incerteza sobre a capacidade das refinarias caribenhas e americanas para encarar a temporada de furacões, que começará dia 1 de junho e "será muito ativa até novembro", segundo as previsões meteorológicas.

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