A agência de classificação de risco S&P Global Ratings disse nesta terça-feira que a história mostra que a Petrobrás "não é imune à volatilidade macroeconômica do País e às mudanças na política do governo". Afirmou, também, que uma versão mais suave da política de preços "pode não necessariamente prejudicar o desempenho da empresa". Os comentários foram feitos em relatório da S&P intitulado "A Petrobrás tem combustível para sustentar sua política de preços de mercado?".
+ Raquel Dodge critica abrangência da Lei das Estatais em parecer ao STF No documento, a agência afirma que, por deter uma posição "quase monopolista" no setor de refino brasileiro, a Petrobrás "tem sido, às vezes, usada para mitigar a inflação". De acordo com a S&P, o debate sobre a durabilidade da política de preços da estatal vem aumentando "especialmente na esteira da recente greve dos caminhoneiros".
A agência lembra que a greve paralisou a entrega de mercadorias à população e a empresas e levou o governo a ceder a exigências dos sindicatos e fez com que a Petrobras reduzisse os preços do diesel em 10%. "Em nossa opinião, uma política de preços de combustíveis que esteja alinhada aos preços globais é construtiva para o perfil financeiro da Petrobrás", disse a S&P, que comenta que há suporte a uma maior geração de fluxo de caixa, visibilidade, lucratividade e melhor reputação.
No entanto, a agência ressalta que uma versão mais suave da política de preços "pode não necessariamente prejudicar o desempenho da empresa, especialmente se regras claras de compensação e ajustes forem definidas, com visibilidade mais ampla". A S&P disse, ainda, que os ratings da Petrobrás permanecem inalterados.