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Viagem de Lenicov é somente reinício de negociações

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Economia, Jorge Remes Lenicov, se preparava hoje à noite para embarcar para Washington, levando consigo o relativo trunfo de que o dólar - no primeiro dia de câmbio flutuante - não disparou tanto como calculavam os analistas mais pessimistas. Remes Lenicov, em sua primeira viagem à capital dos Estados Unidos na categoria de ministro, tentará seduzir os integrantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Departamento do Tesouro para que ajudem a Argentina financeiramente, de forma a enfrentar uma eventual disparada da moeda americana. No total, serão 48 horas de intensas reuniões nas quais Remes Lenicov retomará as negociações atualmente paralisadas com o organismo financeiro. Segundo analistas, do sucesso da viagem de Remes Lenicov dependerá em boa parte o comportamento do dólar nos próximos dias. No entanto, o governo está tentando minimizar as elevadas expectativas criadas sobre a viagem. O porta-voz do presidente Eduardo Duhalde, Eduardo Amadeo, declarou que não é para esperar que o ministro "volte com as valises cheias de dinheiro". Segundo Amadeo, este é um reinício das negociações com o FMI: "é para sentar frente a frente e olhar olho no olho". As conversas com o organismo financeiro, afirma o porta-voz, "serão complexas" e poderão levar "até dois meses". Nos últimos dias, diversas especulações na city financeira portenha indicavam que o governo pediria entre US$ 15 bilhões e US$ 25 bilhões de ajuda ao FMI. Mas Amadeo recusou-se a estipular valores: "não falaremos sobre números". O mais provável, afirma-se no Ministério da Economia, é que este primeiro encontro entre Remes Lenicov e o FMI servirá para estabelecer uma agenda futura de negociações. Orçamento - O governo argentino terá vários problemas com o FMI. Por um lado, ainda não foi implementada a Reforma Tributária. Além disso, ainda passarão dois meses até que o governo federal discuta com as províncias a redestribuição da arrecadação tributária. Mas o principal ponto de desagrado do FMI com a Argentina é o projeto de orçamento nacional, que começaria a ser debatido entre quarta-feira e quinta-feira. O orçamento não teria as características de "sustentabilidade" exigidas pelo Fundo. Segundo o secretário de Fazenda, Oscar Lamberto, "o problema com o FMI não é o orçamento, mas sim, os números de longo prazo da economia argentina".

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