PUBLICIDADE

Vice paraguaio critica Brasil e acena para os EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-presidente paraguaio, Luis Castiglioni, criticou com firmeza os dois membros mais fortes do Mercosul, a Argentina e o Brasil, e reconheceu que o governo de seu país está se aproximando mais do dos Estados Unidos. Em entrevista publicada neste domingo no jornal Ultima Hora, de Assunção, Castiglioni afirmou que "aqui na região tivemos decepções" e acrescentou que "necessitamos de um testemunho real de solidariedade de nossos vizinhos". "Onde está o espírito de solidariedade (do Mercosul) quando até agora seguimos suportando os impedimentos à exportação?", questionou. Sobre os recentes fundos estruturais criados em junho durante a Cúpula do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), o vice-presidente paraguaio disse que são "uma cooperação que vai durar um tempo". "Não precisamos de migalhas conjunturais, não precisamos que nos adocem a boca. Nós achamos que o Paraguai pode construir seus próprios fundos estruturais sozinho, se é que nossos vizinhos nos ajudam não dando dinheiro, mas sim seus mercados", declarou Castiglioni. "Assim solucionaremos um problema que preocupa muito: a falta de emprego", opinou. Ele classificou como fracos os governos anteriores do seu país, desde a instauração da democracia, nas relações internacionais e destacou que o Paraguai "precisa e tem o direito de buscar um relacionamento digno com outras nações", em referência aos reforços dos vínculos com os EUA. Assegurou que há muito tempo seu governo reconstrói as relações com os Estados Unidos e disse que a visita do chefe do Pentágono, Donald Rumsfeld, na semana passada a Assunção, "se inscreve neste novo relacionamento fraterno que temos com os EUA".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.