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Vice-presidente boliviano nomeia novo ministro de Hidrocarbonetos

Soliz deixou o ministério depois de o vice-presidente suspender resolução ministerial que determinava confisco das propriedades da Petrobras na Bolívia

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, nomeou Carlos Villegas Quiroga novo ministro de Hidrocarbonetos, em ato realizado nesta sexta-feira, 15, em La Paz. Na cerimônia, ele deu aviso às empresas multinacionais: o governo boliviano será "duro" na nacionalização do gás. Villegas, até então titular da pasta de Planejamento para o Desenvolvimento, substitui Andrés Soliz Rada, que renunciou por "razões pessoais". Para o lugar de Villegas, García Linera nomeou Hernando Larrázabal Córdoba, que era vice-ministro de Planejamento. Em seu discurso, o vice-presidente boliviano opinou que, com a saída de Soliz, termina uma etapa e começa uma nova. A nomeação das novas autoridades "fecha um círculo de gente comprometida" com a nacionalização das reservas de gás natural e petróleo, afirmou. García Linera acrescentou que "a nacionalização continua em andamento, e nada vai interromper seu processo". "Aconteça o que acontecer, a decisão é irreversível e o Governo vai cumprir o papel histórico de recuperar os recursos energéticos", prometeu. O presidente em exercício avisou às empresas que operam na Bolívia que as autoridades do governo socialista têm "ampla capacidade de negociação", que são "flexíveis e tolerantes", mas garantiu que também serão "intransigentes quando for necessário". Soliz deixou o cargo um dia depois de García Linera suspender uma resolução ministerial que dava à estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) o controle absoluto da comercialização de combustíveis líquidos. A decisão, que afetava os negócios da Petrobras, foi criticada pelo governo brasileiro, que chegou a ameaçar com medidas duras se a Bolívia mantivesse a sua posição. O vice-presidente boliviano comentou que o "congelamento" da resolução dava "sinais para negociar", mas ressaltou que o Governo "será duro se não o decreto de nacionalização não for obedecido". Ele garantiu à população que "as reservas serão dos bolivianos e nunca mais ninguém fará retroceder o processo de recuperação total das riquezas naturais" do país. O novo ministro de Hidrocarbonetos confirmou que na segunda-feira continuarão as negociações com as petrolíferas, como haviam sido programadas por Soliz. Primeiro, ele se reunirá com os executivos da empresa Andina, filial da hispano-argentina Repsol YPF. A renúncia de Soliz e a posse de Villegas é a primeira mudança importante no gabinete de ministros de Morales, que se encontra em Cuba.

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