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Viena é uma das últimas oportunidades para rodada de Doha, diz Lula

"Não podemos correr o risco de ver as negociações de Genebra paralisadas, perdidas no labirinto das dificuldades técnicas", afirma Lula em artigo publicado no jornal francês Le Figaro

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou o encontro desta sexta-feira, em Viena, entre a União Européia (UE) e a América Latina "uma das últimas oportunidades" para salvar as negociações multilaterais da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Não podemos correr o risco de ver as negociações de Genebra paralisadas, perdidas no labirinto das dificuldades técnicas" porque o desafio "é eminentemente político", e por isso "só decisões corajosas tomadas pelos chefes de Estado e de governo podem garantir um resultado positivo", disse Lula, em artigo publicado pelo jornal francês Le Figaro. Lula se mostrou convencido de que o encontro de Viena "permitirá também debater as relações específicas do Mercosul com o bloco europeu". Le lembrou que o objetivo é "sobretudo de reafirmar o caráter estratégico do acordo de associação atualmente em negociação entre os dois blocos". Otimismo O presidente argumentou que a UE "foi sempre um exemplo e uma fonte de inspiração para o projeto de unidade regional". Seu discurso na reunião desta sexta, adiantou, será "uma mensagem de otimismo sobre o processo de integração em andamento na América do Sul e com os outros países da América Latina e do Caribe". Lula avaliou que "o Mercosul, a Comunidade Andina e o Mercado Comum da América Central superou o estágio de um simples aumento de intercâmbio comercial, promovendo um verdadeiro espaço integrado com a unificação de infra-estruturas de transporte, comunicações e energia". "Desses esforços nascem novas perspectivas de investimento e de intercâmbios comerciais entre os dois blocos", acrescentou. Lula afirmou que as visões do mundo da UE e da América Latina "se reforçam e se complementam mutuamente: a consolidação do multilateralismo, o respeito da diversidade e a defesa da democracia". Para ele, a busca de melhores condições trabalhistas "deve ser um fator de aproximação e de acordo, e não de discórdia" entre os dois blocos. "A inclusão social mobiliza todos os setores da sociedade civil dos países da América Latina e do Caribe", afirmou. Lula prometeu convocar os países europeus a participar "ativamente" da conferência de doadores para o Haiti que será realizada em Brasília, dia 23. "Concluída a primeira fase de estabilização do Haiti, com as eleições de fevereiro, a comunidade internacional deve trabalhar agora na reconstrução nacional, sem a qual não haverá uma paz duradoura."

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