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Vinci vira maior acionista da PDG e indica presidente

Gestora de recursos escolheu Carlos Piani, um de seus executivos, para substituir José Grabowsky no comando

Por Naiana Oscar
Atualização:

A gestora de recursos Vinci Partners será mesmo a maior acionista da incorporadora PDG, uma das líderes entre as empresas imobiliárias de capital aberto. Ontem, as informações preliminares da transação proposta pela Vinci para se tornar sócia da PDG e injetar R$ 436 milhões no caixa da companhia indicavam que as condições mínimas estabelecidas pela gestora já estavam garantidas. Os dados consolidados sobre o negócio serão divulgados amanhã. A primeira medida da Vinci à frente da PDG será indicar um novo presidente. O nome saiu dos próprios quadros da gestora: o executivo Carlos Piani, de 38 anos. Ele era responsável pela área de private equity da Vinci Partners, que tem participação em empresas como a distribuidora de energia Cemar, a seguradora Austral e a rede de fast-food Burger King. O nome dele será submetido ao conselho de administração na próxima sexta-feira para substituir José Grabowsky, um dos fundadores da PDG. Desde o ano passado, Grabowsky vem dizendo ao mercado que deixaria a presidência da incorporadora. Mas ele teve de adiar os planos, porque a empresa entrou num momento crítico, com atrasos na entrega de apartamentos, obras com custos acima do previsto e, consequentemente, prejuízo. O nome mais cotado para assumir o comando no lugar de Grabowsky até o primeiro trimestre do ano era o do antigo diretor financeiro, Michel Wurman, que deixou a empresa em maio, após desentendimentos com a cúpula da companhia. Internamente, desde o fim do primeiro trimestre, a PDG passa por um processo de integração de suas operações, já que a companhia é na verdade um mix de outras empresas imobiliárias adquiridas nos últimos cinco anos: CHL, no Rio, Goldfarb e Agre, em São Paulo. Os laços da Vinci com a PDG remontam à origem da empresa. A incorporadora nasceu em 2003 como um braço de investimentos imobiliários do banco Pactual - na época, comandado pelos banqueiros André Esteves e Gilberto Sayão, esse último, fundador da Vinci. A gestora já teve uma participação superior a 10% na PDG, mas vendeu sua fatia ao longo de 2010 e 2011. Com a saída da Vinci, a PDG se tornou uma "corporation", ou seja, com 83% do seu capital nas mãos de investidores com participações inferiores a 5%. Em maio, a Vinci propôs uma complexa operação financeira para voltar, que previa a emissão de um conjunto de novas ações e debêntures no mercado, no valor total de R$ 799,98 milhões. Condições. Mas, para levar adiante o investimento, a Vinci colocou uma condição: a de comprar no mínimo 54,8% dos novos papéis, no valor de R$ 436 milhões, sendo que os acionistas minoritários da PDG teriam prioridade nessa compra. Ontem, ao acompanhar a adesão dos demais investidores, a Vinci teve certeza de poderia ficar com mais da metade dos papéis. Nem a gestora, nem a companhia falaram sobre o assunto.

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