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Vinhos de região gaúcha ganham selo de qualidade europeu

Vinhos da região do Vale do Vinhedos, no Rio Grande do Sul, são os primeiros de fora da União Européia a ter sua denominação de origem reconhecida pelo bloco

Por Agencia Estado
Atualização:

Os vinhos produzidos na região do Vale do Vinhedos, no Rio Grande do Sul, acabam de ganhar uma força extra para competir no disputado mercado europeu: são os primeiros de fora da União Européia (UE) a ter sua denominação de origem reconhecida pelo bloco. O reconhecimento foi formalizado esta semana e apenas os vinhos de uma outra região do mundo - Napa Valley, na Califórnia - teve o pedido aceito. Na prática, isso quer dizer que os vinicultores do Vale do Vinhedos podem estampar no rótulo de seus produtos todas as informações relativas a cada tipo de vinho, como o ano de fabricação e a variedade da uva. É essa identidade que diferencia um vinho de qualidade de um simples vinho de mesa. ?As características de cada vinho variam de acordo com a região onde é plantada a uva e a tecnologia empregada na produção. O conceito de denominação de origem especifica e valoriza essas peculiaridades?, diz Jaime Milan, diretor executivo da Associação dos Produtores do Vale dos Vinhedos (Aprovale), que representa as 21 vinícolas que levam a denominação de origem da região. ?Ganhamos qualificação de mercado. Passamos de um vinho de faixa baixa para competir com os vinhos de faixa mais alta, e até poderemos fazer frente a vinhos como os Rioja e os Bordeaux?, afirma. Crescimento Os vinhos brasileiros ainda têm pouca participação no mercado europeu. Fecharam 2006 com um total de 926 mil euros vendidos. Mas o diretor da Aprovale se diz ambicioso diante das perspectivas. Milan acredita que o selo de denominação de origem ajudará a incrementar em pelo menos 50% o valor final dos vinhos produzidos nessa região que abrange 81 quilômetros quadrados de três municípios do nordeste do Rio Grande do Sul - Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul. ?(Nas vendas) para a UE estimamos um crescimento de entre três a quatro vezes, em uma perspectiva de cinco anos. E o reconhecimento europeu nos dará prestígio no mercado interno também. Os brasileiros valorizam muito os vinhos chilenos e argentinos justamente pelo reconhecimento que têm no exterior.? Critérios Apesar de seu ineditismo, a decisão européia não é exatamente um privilégio outorgado a gaúchos e californianos. Também não depende da qualidade dos vinhos em questão. ?Os critérios para reconhecimento de uma indicação geográfica pela UE são objetivos?, explica Marco Túlio Cabral, da Missão do Brasil para a UE. ?Relacionam-se à existência de uma região bem delimitada e com um nome que a distinga de outras regiões, como acontece com Champagne, Bordeaux, Porto e Vale dos Vinhedos, e também com os mecanismos institucionais que asseguram a qualidade e a uniformidade da produção de uma indicação geográfica a ser reconhecida." include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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