Publicidade

Vinte países da UE são contra acordo agrícola na OMC

Plano exigiria que a UE fosse além do originalmente planejado para as reduções das tarifas de importação

Por Reuters
Atualização:

Vinte países da União Européia concordaram na segunda-feira que a proposta atual para um acordo conciliatório sobre agricultura apresentada por um diplomata da Organização Mundial de Comércio (OMC) é inaceitável, afirmou o ministro da Agricultura da França, Michel Barnier. Barnier disse em entrevista à imprensa que seria melhor não haver acordo global de comércio neste ano do que ter um baseado na proposta atual, que chegou a conseguir uma resposta positiva da Comissão Européia na semana passada. "O que está sendo preparado é um acordo ruim", disse Barnier a repórteres depois que ministros da Agricultura de 20 dos 27 países membros da UE se reuniram em Bruxelas. "Preferimos não ter nenhum acordo do que um acordo ruim". Grã-Bretanha, Suécia, Dinamarca, República Tcheca, Estônia, Letônia e Malta não participaram da reunião. O plano, preparado pelo presidente das negociações agrícolas da OMC, exigiria que a UE fosse além do originalmente planejado para as reduções das tarifas de importação do bloco para produtos agrícolas. Na semana passada, a Comissão Européia disse que as propostas agrícolas eram dignas de crédito, mas que faltava equilíbrio quando avaliadas ao lado de outras áreas importantes das negociações da OMC, como bens industriais e serviços, onde a UE viu pouco avanço para suas ambições de novas aberturas de mercado. A França sinalizou repetidamente sua oposição aos tipos de concessões em agricultura que o comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson, afirmou que gostaria de ponderar se outros membros da OMC fizerem sacrifícios similares. A França é o maior beneficiário dos subsídios agrícolas da UE, avaliados em mais de 40 bilhões de euros (58,5 bilhões de dólares) por ano no total. Barnier também afirmou que vários chefes de Estado e governo europeus tinham escrito ao presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, alertando-o contra aceitar as propostas. Ministros do Comércio de todo o mundo devem se reunir em março ou abril em uma tentativa de última hora de fechar um acordo sobre a Rodada de Doha de negociações de livre-comércio, lançada em 2001. Após essa data corre-se o risco de mais anos de atraso ou um colapso total da rodada, já que os Estados Unidos se preparam para uma eleição presidencial. (Por Yves Clarisse)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.