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Vírus aproveita falha no sistema da Microsoft

Empresa criou antivírus às pressas contra o ?worm?

Por John Markoff
Atualização:

Uma nova praga digital chegou à internet e está infectando milhões de computadores pessoais e de empresas, no que parece ser o primeiro passo de um ataque em múltiplas etapas. Especialistas em segurança digital do mundo todo ainda não sabem quem programou a infecção, ou qual será a próxima fase da praga. Nas últimas semanas um "worm" - espécie de vírus de computador que copia a si mesmo e não precisa de outros programas para se propagar - varreu redes corporativas, educacionais e pessoais ao redor do mundo. Conhecida como Conficker ou Downadup, a praga é espalhada por uma vulnerabilidade recentemente descoberta no Windows, da Microsoft, e rouba senhas de rede e de aplicativos como conexões USB. Especialistas dizem que é a pior infecção desde que o worm Slammer explodiu em 2003, e infectou em torno de 9 milhões de usuários de computadores no mundo todo. Worms como o Conficker não apenas respingam sobre a internet com velocidade de relâmpago. Eles estragam os computadores infectados por meio de sistemas unificados chamados de botnets, os quais podem aceitar instruções de programação de seus mestres clandestinos. Muitos usuários de computadores talvez não notem que suas máquinas foram infectadas e os estudiosos da área de segurança digital ainda não sabem qual o tamanho do estrago do botnet nos computadores. Só se sabe que eles devem usar o computador contaminado para enviar spams ou infectar outras máquinas e também roubar informações pessoais. "Eu não sei porque as pessoas não estão mais com medo desses programas", diz Merrick L. Furst, cientista da computação da Georgia Tech. "É como ter uma doença em sua organização que faz coisas como enviar aos outros toda a informação que encontra nas máquinas que infecta", afirma. A Microsoft se apressou em criar um antivírus de emergência para defender o sistema operacional Windows dessa vulnerabilidade em outubro, assim que o worm começou a se espalhar em um taxa vertiginosa. No começo da semana, pesquisadores da Qualys, empresa de segurança digital do Vale do Silício, estimaram que cerca de 30% dos computadores que utilizam Windows conectados à internet ainda são vulneráveis à infecção, pois não foram atualizados com o antivírus. Segundo os pesquisadores, o sucesso do Conficker se deve em parte à segurança frouxa por parte das empresas e indivíduos, que não atualizam seus antivírus com frequência. Um executivo da Microsoft defendeu o serviço de atualização da companhia, ao afirmar que não existe uma solução única para o problema. "Acredito que a estratégia de atualização é o que vale", diz George Stathakopoulos, gerente geral da divisão de engenharia e comunicação da Microsoft. Ele afirma que as empresas devem estar atentas tanto à atualização frequente dos softwares quanto à segurança das senhas. Alfred Huger, vice presidente da unidade de segurança digital da Symantec, diz que "trata-se de um worm muito bem elaborado."

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