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Visanet faz maior IPO da história

Com R$ 8,4 bilhões, abertura de capital da empresa supera os R$ 6,7 bilhões da OGX, no ano passado

Por Lucia Kassai
Atualização:

A Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) da Visanet confirmou as expectativas e se tornou a maior da história da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A processadora de cartões de crédito e débito, que no Brasil detém a exclusividade da marca Visa, levantou R$ 8,4 bilhões. O IPO é, também, um dos maiores do mundo em 2009 até o momento. O papel ordinário (ON) começará a ser negociado segunda-feira no pregão da Bolsa a R$ 15, no teto do intervalo sugerido - que ia de R$ 12 a R$ 15. Dessa forma, a Visanet faz sua estreia na Bovespa (com o código VNET3) com um valor de mercado de R$ 20,5 bilhões, muito próximo ao da concorrente Redecard (R$ 21,1 bilhões). A companhia tem como acionistas o Bradesco, o BB Investimentos, o Grupo Santander e a Visa International. A oferta era de 477.674.330 ações no lote principal, até 71.651.149 ações no lote suplementar e até 95.534.866 ações no adicional, totalizando 644.860.345 ações. Segundo dados enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a oferta movimentou 559.813.928 ações ordinárias, indicando que foram exercidos o lote principal, o suplementar e parte do adicional. Os números finais serão publicados pela empresa no anúncio de encerramento da operação, previsto para até 7 de agosto. Conforme a oferta registrada, 41,01% da companhia passa do controle das instituições financeiras para o mercado. Desde 2005, o Brasil contabiliza 109 IPOs, que totalizaram R$ 92,5 bilhões. O da Visanet era encarado como um teste para o mercado brasileiro, após a crise financeira que azedou o apetite dos investidores pelo risco. Depois do pico de 64 IPOs registrado em 2007, a instabilidade financeira fez o volume de ofertas iniciais cair para quatro em 2008 e, até o momento, o da Visanet é o único anunciado para 2009. Segundo uma fonte, o descredenciamento de 23 corretoras pela CVM, na quarta-feira, atrapalhou a reserva das pessoas físicas (ver box). A autarquia excluiu as corretoras sob o argumento de que fizeram propaganda da oferta, o que é proibido. "Quem está fora dificilmente terá tempo hábil para entrar. E quem já está na operação aproveita para aumentar o valor da reserva, tentando abocanhar uma fatia maior, diante da perspectiva de que o rateio seja grande", disse uma fonte, pouco antes das 16 horas, quando o período de reserva terminou. Mesmo assim, acredita-se que a participação das pessoas físicas tenha sido expressiva, considerando-se relatos feitos pelas casas distribuidoras. "A Visanet é uma empresa do mercado financeiro e, ao mesmo tempo, está ligada ao consumo. Ou seja, não foi difícil atrair investidores para a oferta", comentou um corretor. Ele disse que o descredenciamento atrapalhou a reserva no segmento do varejo. Os investidores pessoa física podiam reservar de R$ 3 mil a R$ 300 mil. A participação dos estrangeiros, segundo fontes, também foi expressiva, acima de 80%, superando, portanto, a média de 68% das ofertas nos últimos cinco anos. Um dos pontos fortes da companhia é sua liderança, já que responde por 46,8% do faturamento das vendas realizadas com cartões no País, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Além disso, atua em um segmento que vem crescendo nos últimos anos, o de meio de pagamentos eletrônicos. MEIO DE PAGAMENTO Segundo dados do Banco Central, em 2008, foram realizadas 8,5 bilhões de transações (exceto dinheiro), sendo 53,8% com cartões de crédito e débito e 16,1% em cheques. Segundo o prospecto distribuído aos investidores, a utilização de cartões como meio de pagamento representou, em 2007, 40% do consumo privado nos Estados Unidos, enquanto no Brasil foi de 19,1%, uma evidência do potencial de expansão. COLABORARAM STELLA FONTES E SILVIA ARAÚJO

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