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Volatilidade continua até definição de equipe econômica, diz Garófalo

O ex-diretor do Banco Central, Emílio Garófalo, acredita que a volatilidade do mercado de câmbio vai se manter até a definição dos nomes da equipe econômica do futuro presidente da República.

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-diretor do Banco Central, Emílio Garófalo, acredita que a volatilidade do mercado de câmbio vai se manter até a definição dos nomes da equipe econômica do futuro presidente da República. Segundo ele, a angústia maior do mercado neste momento é em relação aos nomes dessa equipe. ?No Brasil, a tendência é se acreditar mais nas pessoas do que nos partidos?, disse Garófalo. O ex-diretor do BC afirmou que o perfil adequado para acalmar o mercado seria o de pessoas que mostrassem ser capazes de manter os compromissos já firmados em relação ao tripé formado pela manutenção das metas de inflação, do câmbio flutuante e da disciplina fiscal. Se o PT se antecipasse a uma eventual vitória e anunciasse sua equipe, ele acha que ajudaria a acalmar o mercado. As taxas de câmbio, desde quando ultrapassaram R$ 2,70, estão ?destrambelhadas?, na definição do consultor. ?Não faz muita diferença do tamanho do estrago que o câmbio causa, se for para R$ 3,80 ou para R$ 4,00?, disse Garófalo, ao ser indagado sobre a possibilidade do câmbio se aproximar novamente de R$ 4,00. Na opinião dele, o trabalho a ser feito pelo BC é para que a taxa de câmbio caia abaixo de R$ 3,00. Mesmo abaixo de R$ 3,00, o câmbio é favorável às exportações, não limitando essas vendas. A expectativa de Garófalo é a de que o Banco Central resgatará parte e rolará parte dos US$ 3,6 bilhões de títulos e contratos de swap cambial que vencem no próximo dia 17. Ele considera, no entanto, ?exageradas? as taxas acima de 40% pedidas pelo mercado para rolar os papéis. O BC, segundo ele, não deve pagar uma taxa tão alta como esta, devendo resgatar parte dos títulos. Na opinião de Garófalo, o BC tem sido ?tímido? nas suas intervenções no mercado cambial. Mas ele não acredita que, nesta reta final de governo, o BC tenha ?ânimo? para mudar suas políticas ou sua forma de agir. Ele sugeriu que o BC exigisse do mercado a mesma transparência que tem norteado sua atuação. Todos os agentes do mercado cambial, de acordo com ele, deveriam operar abertamente num pregão eletrônico ou no sistema viva-voz, como acontece nas bolsas de valores. Isso faria com que todo os agentes do mercado tivessem acesso a uma oferta de venda ou de compra, eliminando operações artificiais, utilizadas para inflar as taxas.

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