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Volatilidade financeira ainda deve durar meses, diz Meirelles

Presidente do Banco Central disse em Davos que calmaria tem de vir primeiro nos EUA.

Por Rogerio Wassermann
Atualização:

A volatilidade nos mercados financeiros internacionais deve continuar alta nos próximos meses, na avaliação do presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles. Para Meirelles, que participa neste sábado do Fórum Econômico Mundial, em Davos, a estabilização dos mercados depende da situação do mercado imobiliário americano, foco primário das atuais turbulências. Segundo ele, essa estabilização somente ocorrerá quando terminar o processo de venda de imóveis nos Estados Unidos, desencadeado pela crise provocada pelo aumento da inadimplência nas hipotecas de alto risco no país. Para o presidente do Banco Central, somente aí é que haverá uma idéia mais clara do rombo provocado pela crise, com o reflexo das eventuais perdas nos balanços das instituições financeiras e empresas com papéis ligados aos financiamentos imobiliários nos Estados Unidos. "Só quando houver uma estabilização do mercado imobiliário dos Estados Unidos é que teremos uma melhor precificação dos ativos financeiros vinculados a empréstimos imobiliários", afirmou Meirelles, em entrevista a jornalistas brasileiros em Davos. "Ou seja, somente quando atingirmos o pico do estoque de casas à venda nos EUA e esse estoque começar a cair, teremos então uma estabilização dos preços, e a partir daí uma estabilização dos preços dos papéis relacionados aos imóveis e uma visão mais clara do sistema", afirmou. O presidente do Banco Central defendeu uma revisão das regras internacionais que regem as instituições financeiras para evitar a repetição dos problemas enfrentados no setor de financiamentos imobiliários nos Estados Unidos, e a adoção de medidas de curto prazo que ajudem a "abreviar" o processo de estabilização. Meirelles se esquivou de fazer uma previsão sobre o tamanho da crise nos Estados Unidos e do impacto que ela poderá ter sobre o Brasil, e limitou-se a repetir a avaliação feita pelo Banco Central ainda antes do recrudescimento da crise, na última semana. Segundo essa previsão, a economia brasileira teria encerrado 2007 com um crescimento de 5,2% em relação ao ano anterior e deve encerrar 2008 com um crescimento um pouco mais baixo, de 4,5%. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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