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Volks investe mais R$ 700 milhões

Empresa anunciou ontem ampliação do plano de investimentos no Brasil e já fala em construir uma nova fábrica

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A Volkswagen decidiu ampliar em R$ 700 milhões os investimentos no Brasil previstos para o período 2007-2011 e pode construir uma nova fábrica no País. Ao todo, serão gastos R$ 3,2 bilhões. No ano passado, o grupo havia anunciado aportes de R$ 2,5 bilhões, mas reviu seus planos diante do crescimento do mercado brasileiro de carros e da estabilidade econômica. Dois terços do montante serão gastos com novos produtos, e o restante, com melhoria de processos produtivos. Cerca de 80% dos recursos virão da própria empresa no Brasil e 20% de aportes da matriz, informou ontem o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall. A empresa vai registrar este ano o primeiro lucro no País dos últimos dez anos - a empresa opera no vermelho desde 1997. A decisão de uma nova fábrica pode ser substituída por parceria com outra montadora que tenha capacidade instalada de sobra, ou mesmo com a ampliação das três fábricas locais de automóveis. "Estamos estudando qual das três opções será a mais viável", afirmou Schmall, sem detalhar prazos para a decisão. Se optar pela nova fábrica, serão necessários novos investimentos não incluídos no pacote anunciado ontem. A Volks deve produzir este ano perto de 730 mil automóveis, volume que deve ir a 800 mil unidades em 2008 nas três fábricas de carros em São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR). A ampliação da capacidade ocorreria a partir de 2009. A maior parte do novo investimento será aplicada nas fábricas de Taubaté e de São Bernardo, onde já estão definidas a produção de dois novos veículos. Em Taubaté, será feito um modelo compacto, por enquanto chamado de Projeto NF, com lançamento no início de 2008. O modelo deve substituir o Gol - o nome, porém, deve ser mantido. Segundo fornecedores de autopeças, a previsão é de produção anual de 200 mil unidades desse carro. O ABC ficará com a versão sedã do NF, com produção prevista para 2009. No início do ano passado, a direção da Volks chegou a negociar o corte de quase 6 mil postos de trabalho e ameaçou fechar a fábrica do ABC, cenário que mudou totalmente neste ano, com novas contratações, incluindo de pessoal aposentado para acelerar a produção. Ao anunciar a ampliação de investimento em seminário realizado em São Paulo pela agência Autodata sobre as perspectivas da indústria para 2008, Schmall disse que prevê crescimento anual de 9% a 15% para o mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves até 2011. A preocupação, segundo ele, é com o que vai ocorrer a partir de 2012.Um dos temores apontados por ele é o crescimento do déficit da Previdência Social, que, no futuro, pode gerar impactos no mercado consumidor como um todo. O executivo também afirmou que, mantida a queda do dólar, se a cotação chegar a R$ 1,50 "será mais barato importar muitos produtos do que fabricar aqui." Matérias-primas como aço também podem ter a importação ampliada de países da Ásia, avisou. As exportações de carros da marca, que este ano devem ficar próximas de 200 mil unidades, devem cair 30% nos próximos cinco anos.

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