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Volkswagen garante manutenção do acordo de estabilidade

Por Agencia Estado
Atualização:

A Volkswagen garantiu que o acordo de estabilidade para os empregados firmado com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e de Taubaté está mantido. O acordo prevê garantia de emprego para os funcionários da unidade de São Bernardo do Campo até 2006 e para os de Taubaté até fevereiro de 2004. Durante mais de duas horas, os representantes da empresa reuniram-se hoje com sindicalistas em São Paulo para explicar o projeto de criação da Autovisão, uma divisão que será criada para atrair investimentos públicos e privados, gerar negócios e realocar 3.933 funcionários excedentes das unidades do ABC e Taubaté. Depois de ter falado nesta semana em "declarar guerra" contra a empresa, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, amenizou o discurso, dizendo que houve um mal-entendido com a empresa. "Pelo anúncio da última segunda-feira, tivemos a impressão de que a montadora queria romper o acordo de estabilidade; mas os acordos serão respeitados", disse. Ele declarou que o sindicato vai apoiar o plano, desde que não haja transferência forçada de pessoas para a Autovisão. O vice-presidente de Recursos Humanos da Volkswagen, João Rached, afirmou que os investimentos de R$ 300 milhões no projeto estão mantidos e que a empresa continuará as negociações com os sindicalistas sobre as formas de transferência dos empregados para a nova divisão. Ele reiterou que não haverá demissões e que os contratos de trabalho e o pagamento de salários serão mantidos enquanto o funcionário estiver na Autovisão. A próxima reunião com os sindicalistas está marcada para o dia 30, em Taubaté. A intenção é colocar a divisão para funcionar em meados de agosto. Negociação difícil Segundo Rached, os investimentos serão alocados pela própria Volks. A perspectiva é que em dois anos a divisão terá condições de se manter com recursos próprios. Rached admitiu que as negociações com os sindicalistas podem ser difíceis, mas espera flexibilidade por parte deles. "Há pontos difíceis de trabalhar, mas nossa intenção é divulgar os conceitos e fazer com que os sindicalistas os expliquem para os trabalhadores". O executivo admitiu que há o risco de os acionistas desistirem de implementar a Autovisão no Brasil, a exemplo do que foi feito na Alemanha, caso a sociedade não compreenda o projeto. Ociosidade A Volkswagen do Brasil trabalha hoje com os maiores índices de ociosidade entre todas as suas subsidiárias do mundo, segundo o presidente, Paulo Fleming. A montadora, que tem 24 mil funcionários espalhados em 22 divisões jurídicas sob a marca Volkswagen, pensou na Autovisão como alternativa para aproveitar a capacidade de funcionários ociosos, até que eles se desliguem ou possam ser utilizados em novos projetos. A AutoVision, empresa que inspirou a Autovisão, foi criada em 1997 em Wolfsburg na Alemanha. A empresa teve participação de recursos da prefeitura de Wolfsburg e funciona hoje como uma incubadora de projetos da Volks e de fornecedores, que visam à atração de recursos da iniciativa privada. Ela inclui também uma divisão de recolocação e treinamento de profissionais. Segundo Rached, a companhia não só conseguiu realocar os excedentes como criou empregos. "A Autovisão tem condições de criar até três vezes mais empregos do que o atual número de excedentes da Volks", disse. Segundo ele, a empresa já apresentou o projeto para os governos federal, estadual e para as prefeituras de São Bernardo e Taubaté. No entanto, sua intenção não é buscar recursos públicos, e sim atrair o interesse de empresas ou entidades interessadas em novos negócios envolvendo o setor automotivo.

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