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Volume de debêntures registradas em 2006 é recorde

Volume atingiu R$ 155,5 bilhões, com aumento de 83% em relação a 2005

Por Agencia Estado
Atualização:

O volume de debêntures registradas no Sistema Nacional de Debêntures (SND), administrado pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), atingiu R$ 155,5 bilhões no final de dezembro, com aumento de 83% em relação ao final de 2005. Trata-se de um volume recorde. O superintendente de desenvolvimento da Andima, Luiz Macahyba, acredita que o volume de lançamentos tende a continuar elevado nos próximos meses. "As mesmas condições estão dadas. Há muito interesse por papéis privados por parte dos investidores e as empresas conseguem reduzir os seus custos financeiros vendendo debêntures", observou. Ao contrário de 2006, quando o volume foi mais acelerado no final do ano, o movimento tende a ser mais uniforme ao longo de 2007, na sua opinião. "Em 2006, muitas empresas adiaram o lançamento para o final do ano aguardando a queda nas taxas de juros dos títulos públicos. Este ano a expectativa é de uma queda menor na taxa Selic", argumentou. Ao longo do ano passado, a taxa básica de juros, a Selic, caiu 4,75 pontos porcentuais, passando de 18% ao ano em dezembro de 2005 para 13,25% ao ano em dezembro de 2006. "Quem emitiu debêntures em dezembro conseguiu recursos mais baratos do que quem captou até meados do ano", disse Macahyba. Para 2007, a expectativa é de uma redução menor, com a taxa Selic devendo recuar para cerca de 12% ao ano em dezembro. "A queda será mais suave, em torno de 1,5 ponto ao longo de 12 meses", argumentou. Pelo acompanhamento da Andima, dois terços dos lançamentos de 2006, que somaram R$ 69,5 bilhões, foram direcionados para empresas de leasing, com destaque para a colocação de R$ 15 bilhões pela BFB Leasing, do grupo Itaú. Logo após, vieram as empresas de participações, com 10,22%, seguidas de mineradoras (7,87%), com destaque para os R$ 5,5 bilhões da Companhia Vale do Rio Doce, energia elétrica (6,07%), telecomunicações (4,93%) e "outros", como colocação da BNDESPar. Em termos de utilização de recursos, a maior parte foi para a reestruturação de passivos, com a troca de financiamentos mais onerosos por outros mais baratos. Ainda segundo o acompanhamento da Andima, a quase totalidade dos lançamentos foram vinculados à taxa DI, que é um referencial antigo utilizado pelo mercado financeiro. Apenas o BNDES lançou o papel indexado ao índice de preços IPCA, que não é muito comum no mercado financeiro. Macahyba acredita que essa tendência deve continuar em 2007. "É uma prática de mercado. Há vários anos os lançamentos mais longos são vinculados à taxa DI e essa tendência deve continuar", acredita.

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